A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (15) aponta que agosto deve registrar deflação de 0,73%. Mesmo assim, o preço dos alimentos continua em alta.
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A deflação é a menor taxa da série histórica e significa desaceleração nos preços. O grupo dos transportes foi um dos que mais contribuiu para o resultado do mês, com deflação de 5,24%.
A queda se deve, principalmente, a redução de mais de 15% nos preços dos combustíveis com a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
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Por outro lado, o grupo de alimentos e bebidas continua registrando alta nos preços. De acordo com a prévia do IBGE, o aumento chega a 1,12%. Na prática, isso significa que os consumidores ainda não devem observar a queda dos preços nas prateleiras dos supermercados. Entre os alimentos com as maiores altas estão o leite e as frutas.
O que provoca o aumento nos preços dos alimentos?
O economista Wallace Milis explica que a alta dos alimentos está relacionada a pressão inflacionária dos últimos meses e ao período de safra.
“Quando você reduz o preço dos combustíveis, é natural que você reduza também o custo de distribuição dos alimentos. Mas a distribuição é só um dos componentes do valor dos alimentos. Temos outros, sobretudo, o período de safra. Os alimentos são os produtos com maior sazonalidade, maior variação de preço de uma estação para outra”.
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As previsões não são muito animadoras. Uma das preocupações é que a redução da alíquota do ICMS provoque mais inflação lá no futuro.
“Isso deve gerar um agravamento da crise fiscal dos Estados. Essa conta vai precisar ser paga no próximo ano. É uma conta que se apresenta assim: Estados gastando mais do que deveriam e Estados abrindo mão de receitas que deveriam ter. Isso acaba gerando pressão na inflação no futuro”, explica.
*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV.