Na semana que antecede o Dia das Mães, a segunda melhor data para vendas no varejo, o comércio continua com restrições de funcionamento no Espírito Santo. Mesmo assim, comerciantes estão confiantes de que vão conseguir recuperar parte do prejuízo que tiveram após o início da pandemia do novo coronavírus, que resultou na determinação do fechamento do comércio considerado não essencial no estado.
A determinação é de que a reabertura total do comércio, inclusive nos municípios com alto risco de transmissão do coronavírus, ocorra apenas na semana que vem. Enquanto isso, vendas programadas, com entrega drive-thru, além do delivery, são alternativas encontradas pelos comerciantes para melhorar as vendas.
Nesta segunda-feira (4), duas novas modalidades de venda passaram a ser permitidas nessas cidades com alto risco de transmissão, desde que as portas das lojas continuem fechadas.
No comércio de rua, foi autorizada a venda com agendamento de visita, ou seja, o estabelecimento só pode atender um cliente de cada vez, com horário marcado e seguindo todo o protocolo de higiene e distanciamento. Já nos shopping centers, o cliente agora pode fazer a compra à distância e buscar a mercadoria no local, sem sair do carro, no sistema drive thru.
A comerciante Lívia Ferolla, que possui uma loja de roupas na Praia do Canto, em Vitória, disse que o agendamento de visitas é a esperança que ela tem para recuperar as vendas, que, segundo ela, caíram 90%.
“Você vender roupa delivery é muito difícil. O meu público tem idade média de 40, 50 anos, então são pessoas que gostam de provar roupa, gostam de vir à loja, escolher. Não são pessoas que estão acostumadas a comprar pela internet. Acho que a gente consegue chegar a uns 30% ou 40%. Essa é expectativa por causa do Dia das Mães”, afirmou.
Já em um shopping da capital, 60 lojas vão expor seus produtos em um site, para tentar alavancar as vendas no Dia das Mães. A gerente de marketing do shopping, Letícia Dalvi, explica que o cliente vai escolher o que deseja, comprar diretamente com o lojista e marcar um horário para ir buscar o produto.
“É uma vitrine virtual, então tem vários produtos. A partir do momento em que ele escolheu esse produto que ele vai presentear a mãe, ele faz contato com a loja e eles combinam a entrega dessa mercadoria. É muito importante que eles façam essa combinação para que não tenha tumulto”, frisou.
Com duas lojas no shopping, o comerciante Marcelo Sardenberg diz que espera que a nova modalidade de vendas no varejo permita recuperar um pouco o prejuízo. “A gente tem que se reinventar, tem que procurar novas alternativas. Está todo mundo procurando uma maneira de atender o cliente, porque o cliente também precisa. Não é só nós que precisamos vender, o cliente também tem necessidades que precisam ser atendidas. Acho que deve aumentar mais de 300% as vendas em relação a esses 5% que estamos vendendo hoje”, disse.
A gerente de marketing espera que o Dia das Mães, que só perde para o Natal em termos de venda no comércio varejista, motive mais as pessoas para irem às compras. “A gente acha que pelo menos de 10% a 15% vá ter de aumento do que eles vendiam com a loja aberta. Quem é que não vai querer presentear a mãe nesse momento tão difícil que estamos passando? O mundo está mudado, menos o amor de mãe. É o que só aumenta, na verdade”, destacou.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV