Não é a crise econômica que o país enfrenta que vai tirar a expectativa de bons resultados do Banestes. O presidente do banco, Guilherme Dias, acredita que os investimentos em modernização e inovação foram fundamentais para que a instituição tenha expectativa de bom desempenho no fim de 2015.
A preocupação sócio-ambiental também norteou ações do banco como o programa Reflorestar que visa a recuperação de nascentes e a proteção dos rios.
Na opinião de Guilherme Dias, o país conseguirá sair da paralisia de investimentos quando a crise política tiver uma solução em vista.
Confira a íntegra da entrevista:
Folha Vitória – Qual o balanço que o senhor faz do desempenho do Banestes em 2015?
Guilherme Dias – O balanço do Banestes é positivo. Eu diria muito positivo, apesar de todo o contexto adverso na economia brasileira, com reflexos desse contexto na economia capixaba. Eu diria que se o ano de 2015 tivesse sido bom, teria sido ainda melhor para o Banestes. Mesmo diante de um quadro de aumento da recessão, do desemprego e da inflação, foi um ano positivo.
FV – Para qual destaque o senhor aponta?
GD – O Banestes avançou na modernização tecnológica e na qualidade dos serviços que presta. Lançamos aplicativo para smartphone para realizar operações no banco, além de um novo conceito de atendimento que é o Saque/Pague. São soluções em tempo real, o que é algo inovador aqui no Estado. Ainda na área de TI, fizemos investimento que aumentará em até quatro vezes a capacidade de dados do Banestes. Mas é algo que não aparece de forma imediata. Na área de inovação, lançamos duas novas agências de negócios, focadas em para atendimento de pessoa física e de pequenos e médios empresários.
FV – Onde estão instaladas?
GD – Uma em Anchieta, uma na Serra. Também vamos inaugurar uma agência em Vila Velha e outra em Linhares. A modernização é uma forma de enfrentar a crise, reduzindo custos.
FV – Sabemos que o balanço anual ainda não está fechado. Mas qual a análise dos três primeiros trimestes de 2015?
GD – Nós divulgamos o balanço em fevereiro, mas do ponto de vista de resultado acumulado, até setembro, indicava que o Banestes manteve a trajetória, iniciada nos dois últimos anos, de melhoria da lucratividade. É importante porque a elevada liquidez do banco e a sua robustez econômico/financeira permitem lidar melhor em períodos de crise econômica. O ano de 2015 foi o período em que o banco fez melhor remuneração aos acionistas. Distribuiu de dividendos R$ 51,4 milhões. Desse total, R$ 47,3 milhões são recursos destinados ao caixa do Estado, ao Orçamento do Estado. Uma contribuição direta do banco ao esforço fiscal que o governo está realizando.
FV – Houve investimento em alguma área?
GD – Ao contrário de outros bancos, que em momento de crise deixaram de investir, o Banestes não só manteve apoio a alguns segmentos, como incrementou novas ações. O crédito imobiliário, por exemplo, foi um ano que os bancos em geral reduziram financiamento ao crédito imobiliário. Esse ano o Banestes fez o contrário. Num momento de crise, ele apoiou. Esse ano o Banestes foi o patrocinador oficial do Salão do Imóvel, que é o principal evento da Ademi-ES. E o volume de financiamento do BNDES ao mercado imobiliário cresceu mais de 50%.
FV – Algum investimento de destaque?
GD – O banco está mais ativo no financiamento e um projeto de destaque foram os R$ 6,5 milhões para montagem de equipamentos do Hospital Meridional, em São Mateus, que deve ser inaugurado em janeiro do próximo ano. O Banestes também veio para somar para garantir a conclusão das obras da Catedral Metropolitana de Vitória, que é um monumento histórico do Estado.
FV – Mas há um projeto de responsabilidade sócio-ambiental que diz respeito à troca e milhas. Como funciona?
GD – Lançamos na semana passada, uma ação absolutamente inovadora por parte de uma instituição financeira, que é o Banescard com o programa Reflorestar. É destinado à recuperação de nascentes, proteção dos rios e reflorestamento, inclusive, foi um programa apresentado na COP-21, em Paris. Essa parceria contém dois elementos: primeiro que o Banestes vai, progressivamente, trocar os cartões. Serão 700 mil cartões a serem trocados ao longo de dois anos. Todos os cartões trarão a marca do programa Reflorestar na sua bandeira. Além disso, as pessoas terão a oportunidade de destinar pontos para trocar por árvores. Por exemplo, 1.500 pontos representam seis árvores. E o Banestes dobra a contribuição do cliente. Não existe no país envolvimento nessa extensão.
FV – Qual a análise que o senhor faz do momento econômico que o país vive?
GD – A avaliação majoritária dos analistas econômicos, de um modo geral, é que a reversão da crise econômica depende principalmente da solução de crise política. Esta é uma opinião quase unânime. A economia brasileira exibe elevado nível de reservas. Se as medidas necessárias não acontecem, leva à situação de paralisia. Sabemos por experiência própria que o futuro nos reserva surpresas. Mas o futuro não é uma mera reprodução do passado, mas apesar disso, o passado nos ensina.
FV – Qual a sua perspectiva para 2016?
GD – Espero que 2016 nos reserve notícias melhores que em 2015. O Banestes está preparado para continuar avançando. Uma boa notícia é que a partir de 2016 o Banestes passará a emitir o cartão BNDES. Serão condições facilitadas e acesso simplificado. Falta apenas a parte operacional. O indicativo é que em abril tudo esteja pronto.