No Fórum de Investimentos Brasil 2017, evento realizado nesta quarta-feira (31) que reúne líderes políticos, empresariais e acadêmicos, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Pereira falou sobre as políticas de comércio exterior e a reinserção do Brasil no cenário internacional.
Na mesa-redonda “Comércio e Abertura”, que teve como moderador Thierry Ogier, correspondente do diário econômico francês Les Echos, o ministro Marcos Pereira disse que a abertura comercial é agenda prioritária para o governo.
“Estou convencido de que a abertura comercial, aliada a ações bem-sucedidas de aumento de competitividade, são vitais para atrair mais e melhores investimentos”. Segundo ele, ao adotar medidas nessa direção, o governo construirá o caminho para que as empresas brasileiras sejam efetivamente integradas às cadeias globais de valor.
O ministro disse aos demais integrantes da mesa – José Guilherme Reis (Banco Mundial); André Luis Rodrigues (CEO, WEG); Helder Boavida (CEO, BMW Brasil) e Maurício Mesquita (economista-chefe, BID) – que as políticas de comércio exterior e de investimentos são imprescindíveis para a implementação exitosa tanto de uma política de desenvolvimento socioeconômico, quanto para assegurar a estabilidade do ambiente de negócios no Brasil.
Investimentos
Marcos Pereira explicou que para atrair investimentos é necessário propiciar aos agentes econômicos níveis razoáveis de estabilidade e previsibilidade, razão pela qual as reformas estruturais e a responsabilidade fiscal e monetária são prioridades inegociáveis para o governo.
Ele afirmou que é justamente nesse contexto, em que se esperam muitos resultados da gestão fiscal e monetária, que a centralidade da política de comércio exterior reveste-se de senso de urgência. Neste sentido, o ministro citou uma série de iniciativas, tais como a inserção do Brasil na rede de acordos de comércio e a implantação do Portal Único de Comércio Exterior.
O ministro citou ainda a disseminação do modelo brasileiro de acordo de investimentos, o ACFI, não apenas por meio da expansão das frentes negociadoras bilaterais, mas também em âmbito regional – como foi feito recentemente com os parceiros do Mercosul – e multilateral.
Indústria
Sobre as ações para a indústria, Marcos Pereira afirmou que o MDIC está reformulando e expandindo programas de fomento ao desenvolvimento industrial priorizando medidas de ganhos de eficiência, competitividade e produtividade, como é o caso do Brasil Mais Produtivo e da elaboração da Rota 2030 da indústria automotiva.
O ministro complementou afirmando que “estamos lançando as bases da política para o futuro da indústria brasileira (…) Todas essas medidas têm como fio condutor o fomento ao dinamismo e à produtividade, em plena consonância com a urgência que o Brasil confere à modernização econômica”.
Cenário positivo
O ministro falou sobre as perspectivas positivas para o setor exportador brasileiro em 2017. Ele lembrou que em 2016 a balança comercial registrou resultado recorde, com superávit de US$ 47,7 bilhões, e que até o primeiro quadrimestre deste ano já se contabiliza saldo positivo de US$ 21,4 bilhões, valor 61% superior ao aferido no mesmo período do ano passado. O resultado levou o MDIC a rever a projeção de superávit para o ano de US$ 50 bilhões para US$ 55 bilhões.