Hospitais capixabas estão preparados para coronavírus
Carlos Clayton Lobato, Diretor Geral do Hospital Santa Rita de Cássia, participou do terceiro dia da maratona de lives Apex/Folha Business e avaliou que a alta nos preços dos insumos pode prejudicar o tratamento e a prevenção contra o coronavírus. Além disso, ele falou sobre a situação das UTIs e os impactos do pânico instaurado na sociedade sobre a saúde da população.
Insumos inflacionados. Com a nova rotina de prevenção, Clayton informa que insumos estão em alta demanda e cada vez mais caros: “foram consumidas 9500 máscaras neste mês, enquanto a média mensal é de 3000.” E um agravante do cenário é o preço: “essas máscaras, que custavam 11 centavos, estão sendo cotadas a R$ 5,20. Um ventilador que custava R$ 47 mil, está custando R$ 100 mil devido à alta demanda”.
UTIs e leitos. O diretor do hospital Santa Rita afirma que a ocupação do hospital é baixa: 9% do total de 260 leitos ativos. Além disso, o hospital tem 145 leitos de convênio, 48 internados apenas. Contudo, o aumento do número de casos preocupa não só o hospital Santa Rita, mas o sistema de saúde como um todo que pode acabar sobrecarregado.
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, participou do terceiro dia de lives da Apex Partners em parceria com o Folha Business. Segundo ele, a agenda de combate ao coronavírus teve início ainda em janeiro. “Começamos a observar o avanço da epidemia por meio de reuniões com infectologistas, mas o cenário ainda era incerto– muitos duvidavam que o vírus chegaria no Brasil.”, relata.
Agora que o surto já chegou no ES, Nésio aponta que é necessário aumentar o número de leitos de isolamento, os quais são exclusivos e conta com,
equipamentos respiratórios adequados. Essa é uma infraestrutura que ainda insuficiente no ES, em face do risco de surto que corremos.
Ele explica “atualmente, apenas 10% dos leitos hospitalares são desse tipo, o que não seria suficiente caso o número de casos crescesse rapidamente. E além disso, temos que conciliar o atendimento de casos de Covid-19 com doenças respiratórias já conhecidas, como tuberculose e influenza.”
Agora, o plano de ação da Saúde é aumentar o número de leitos na rede pública e privada (serão 60 novos em 4 meses), tendo em vista manter a ocupação abaixo de 50%; e massificar os testes– hoje são feitos 255 por dia, mas com as compras de novos dispositivos, podem chegar a 900 por dia em duas semanas.
Durante esse período de isolamento completo, o secretário diz que devemos aguardar uma visualização melhor da curva de infectados para pensar em uma flexibilização da quarentena, que será avaliada regionalmente.
De outro lado, ele diz que a quarentena horizontal (todos os grupos isolados), já contribuem para aumentar casos de violência doméstica, problemas psicológicos e até homicídios.
(Em nosso ponto de vista, efeitos colaterais de um “tratamento” que está se tornando pior que a própria doença.)
Com relação ao uso de medicamentos contra o coronavírus, o secretário se posiciona contrário ao “uso experimental de medicamentos”, já que podem “colocar a população em um risco maior.” Para ele, o Covid-19 será uma doença como qualquer outra após a chegada da vacina, mas até lá, deveremos manter todo o cuidado possível.
A pandemia do coronavírus acarretou o cancelamento de voos nacionais e internacionais.
Contudo, as empresas aéreas têm resistido à devolução integral dos valores, forçando o consumidor, num prazo determinado, a remarcar voos ou ficar com crédito junto à companhia, cobrando inclusive a diferença entre o preço da passagem comprada e da remarcada.
Tais imposições, bem como a negativa de devolução integral de valores são práticas abusivas.
A situação atual impõe uma análise casuística dos contratos de transporte, assegurando ao consumidor o direito à restituição integral dos valores, ainda que tal reembolso se dê num prazo alargado, a teor da MP nº 925 de 2020.
Já há decisões deferindo liminarmente a suspensão desses contratos, vedando a cobranças de quaisquer encargos extras e a imposição de prazos, caso o consumidor opte pela remarcação.
Com alunos e professores, a Fucape Business School está mantendo sua rotina de aulas à distância– e na próxima semana também vai oferecer palestras aos alunos. Inovadora: a única do estado a oferecer atividades curriculares e extracurriculares à distância.
A primeira palestra será sobre carreira profissional, focado nas jornadas de academia, sucessão de empresas e mercado. Os convidados são os ex-fucapeanos Fabrício Coutinho (Extrabom), Wagner Varejão (Vértice Investimentos) e Matteo Chequer (mestrando FGV).
Segunda palestra irá abordar a crise do COVID-19 sobre a análise de conjuntura econômica com a exposição da visão governamental e o lado empresarial, com abordagem de desafios para o mercado.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória