"Safra de 2020 deve ser volumosa e vendida a bons preços"

Em meio ao cenário de crise que se instalou nas últimas semanas em decorrência do coronavírus, Márcio Cândido Ferreira, diretor-geral do grupo Tristão, afirma que a atenção do governo estadual deve ser direcionada aos minifundiários.

No Espírito Santo, existem cerca de 90 mil propriedades produtoras de café, sendo a maior parcela de pequenas propriedades: 85% das fazendas colhem até 500 sacas anualmente, o que equivale a 30 toneladas do grão.

Márcio afirma que junto aos governos, ajudou a traçar a cartilha da colheita, que dá diretrizes de saúde e gestão para os cafeicultores. “A colheita pode continuar já que a maioria trabalha em colheita familiar. Interessante notar que como o desemprego nas cidades do interior aumentou, a disponibilidade de mão de obra familiar aumenta.”

Na saúde, Ferreira explica que “a cartilha sugere o afastamento na hora da colheita. A indicação é que seja feito o controle da saúde dos funcionários antes e depois da contratação, no transporte e nos dormitórios, além da higiene mais rigorosa dos equipamentos.”

As expectativas do diretor-geral do grupo Tristão para a safra de café no ES seja volumosa em 2020. E o preço também deve ser atrativo para o produtor, avalia ele. “Esperamos uma colheita grande, esperamos 64 milhões. No ES são 13 milhões de conilon e com o arábica são mais de 15 milhões. O ano promete para o café. é importante o produtor aproveitar esse momentos, o mercado está pagando o preço bom e se não fosse a situação de hoje os preços estariam estariam um pouco melhores.”, comenta Ferreira.

Ele lamenta, entretanto, que “Essa safra que se encerrou não foi grande e decepcionou na qualidade. A escassez de café fino prejudicado. No meio do ano, junho julho, é esperado uma boa colheita, normalizando a situação do café fino.”

Ferreira ainda destaca que um dos principais desafios para o setor cafeeiro é a falta de fiscalização que gera concorrência desleal. “Precisamos de a atuação dos conselhos com os governos visa combater a concorrência desleal, que traz perdas à cadeia produtiva e à arrecadação de impostos.”

Ao fim, ele acredita que sairemos dessa crise com mudanças nos nossos valores. “Além do nosso bem estar, percebemos que devemos nos preocupar em doar, fazer caridade e deixar legado para a próxima geração ser melhor e mais justa que a nossa.”