Sócio da Baker Tilly explica como empreendedores podem ganhar fôlego na crise
O varejo foi um dos setores mais atingidos pela crise do coronavírus. Rapidamente, as lojas precisaram se adaptar para implementar ou melhorar o e-commerce ou delivery, como foi o caso de shoppings da Grande Vitória. O setor moveleiro também está se adaptando para vender pela internet. Joanir Smarçaro, CEO da Móveis Conquista, afirma que as vendas online aumentaram e não demitiu funcionários durante a crise. Entenda mais a seguir.
O empresário Joanir Smarçaro, CEO da Móveis Conquista, comenta que, apesar da forte queda de vendas das lojas físicas, o canal de vendas online ganha protagonismo diante das restrições de funcionamento.
Smarçaro afirma que, enquanto houve uma redução de 75% a 80% nas vendas físicas de suas lojas (hoje, apenas realizadas com horário marcado), as vendas online assumiram protagonismo na rede. O e-commerce da Móveis Conquista quadruplicou durante a pandemia: antes, correspondia a 5% das vendas e hoje já chega a 20%.
Smarçaro afirma que, devido à demanda dos clientes por uma experiência presencial na compra de móveis, a plataforma online precisou estar bem preparada e detalhada para transmitir confiança na compra. “Reunindo os dois formatos de atendimento, conseguimos elevar a porcentagem de vendas para cerca de 30%,”, destaca o empresário.
Mesmo em meio à paralisação, a empresa moveleira não demitiu nenhum de seus 260 funcionários. “Logo no início do fechamento do comércio, demos férias coletivas, tanto nas nossas lojas, quanto fábrica. Depois disso, a gente retomou o trabalho com a loja fechada e uma produção menor”, conclui Smarçaro.
Recentemente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) emitiu a Resolução n° 4.782/20 que flexibiliza normas regulatórias aos bancos, para impulsionar a economia e conservar o fluxo de crédito.
A resolução prevê que nos próximos seis meses haverá rearranjo de créditos de pessoas físicas e jurídicas que sofreram com a atual crise, desde que não sejam considerados “ativos problemáticos”, vide Resolução CMN nº 4.557. Além disso, deve ser mantida à disposição do Banco Central do Brasil, por cinco anos, a documentação sobre as reestruturações realizadas, como forma de coibir abusos.
Ainda que não seja possível calcular o prejuízo econômico, a expectativa é de que outras medidas para estimular a economia serão emitidas para que haja a mitigação dos efeitos da crise tanto na economia nacional quanto nas instituições financeiras.
A Petrobrás reportou no 1º Trimestre de 2020 um prejuízo de R$ 48,5 Bilhões de reais apenas no 1º Trimestre de 2020. O principal fator que ocasionou este prejuízo foi o Teste de Impairment realizado.
O Teste de Impairment é um procedimento contábil que busca garantir que os ativos de uma empresa estejam no seu Balanço pelo menor valor entre o seu valor recuperável e seu valor contábil (demonstrando o conservadorismo da contabilidade).
No caso da Petrobrás, a forte queda do preço do Petróleo foi a principal responsável pela queda do valor em uso dos ativos da empresa. No total, o Impairment reconhecido apenas neste 1º Trimestre de 2020 foi de R$ 65,3 Bilhões de reais (impacto negativo).
Desta forma, o prejuízo é real, pois já está levando em consideração o melhor cenário base existente hoje, mas pode se modificar mais para frente.
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