Investimentos e privatizações aquecem retomada do ES
Somos capaz de trabalhar de forma produtiva e criar cultura corporativa apenas dentro de um escritório? A crise causada pelo Coronavírus demonstrou que precisamos revisar algumas premissas nas nossas relações de trabalho. Não apenas no que se entende por trabalho, mas sobre nossas relações, dinâmicas e especialmente locais de trabalho. Victor Maia, especialista em growth hacking e diretor de marketing da Start You Up Accelarator, debateu ideias sobre o tema com Cristiane Correa, autora do livro “Sonho Grande” e traz a seguir as principais reflexões sobre o tema.
Com Victor Maia | Recentemente, após a leitura do livro sobre home-office ‘Remote’, dos autores Jason Fried e David Hansson – me deparei no LinkedIn com uma publicação de Cristiane Correa, autora do best-seller “Sonho Grande”. O post era endereçado a criticar o momento de euforia em torno do home-office e como sua permanência total seria inviável em muitos caso por conta da construção de cultura em empresas com modelo remoto, que há sim queda de performance e que momentos de conversa no corredor ou o cafezinho da tarde são cruciais para construção de um time.
“Fazer uma mudança de cultura? Ou criar uma cultura do zero, como no caso de uma startup, por exemplo? Acho difícil. Você pode até ser bem produtivo de pantufas em casa, mas dificilmente vai conseguir ter uma visão da companhia que extrapole seu quadrado.” escreve Correa.
Comentei e explorei um pouco alguns pontos, trazendo à luz temas discutidos no livro Remote. Penso que o futuro está mais preparado do que nunca para o “anywhere office” e a pandemia nos provou isso. O problema nunca foi com relação à tecnologias para reuniões remotas ou discussões em equipe– atualmente temos um volume muito bom de ferramentas que cumprem esse papel.
Em resposta, Correa sugeriu que o modelo remoto seria somente viável apenas em caso de empresas pequenas. Respondi que nos últimos três meses, empresas com milhares de funcionários já abraçam o modelo de home-office até o final de 2020 – Facebook, Google, Resultados Digitais– e outras vão além, abraçando o modelo permanentemente– Twitter e XP Investimentos. Obviamente é preciso de fato entendermos como e porque o modelo remoto se encaixa em cada realidade.
No próprio livro os autores deixam claro que empresas boutique, como escritórios de advocacia, agências de publicidade ou escritórios de contabilidade só se beneficiam de seus escritórios como forma de impressionar os seus clientes. De fato, por qual motivo você precisa de um escritório? Se o seu receio é a procrastinação, um aviso dos autores, seus colaboradores irão procrastinar seja em casa ou no escritório. Segundo o livro, em 2010 mais da metade da banda de internet do escritório central da JC Penney (varejista) foi consumida com tráfego de vídeos no YouTube.
Essa discussão sobre local de trabalho reflete a nossa busca um modelo com muito mais liberdade para o colaborador e de mais produtividade para as empresas. O subproduto dessa discussão é um modelo baseado em confiança, com menos micro-gerenciamento e mais avaliações por desempenho, não volume de horas trabalhadas.
No Reino Unido, até 17 de abril deste ano, houve 11.854 mortes a mais que a média dos últimos 5 anos. A causa óbvia seria a letalidade pelo Covid-19. Contudo, apenas uma em cada quatro óbitos contabilizados acima da média foram relacionados ao coronavírus (pouco mais de 3.000).
O estudo também apontou que as casas cuidados de idosos registraram 7.316 mortes até 17 de abril. Mas apenas 2.050 tiveram ligação com o Covid-19. Segundo a coluna de opinião do jornal The Telegraph, a imposição de regras de isolamento podem ter causado forte queda no número de quimioterapias, testes de câncer e outros tratamentos para doenças de risco.
O resultado, catastrófico.
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