Ago 2020
26
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Qual a melhor forma de determinar o quanto uma empresa vale?

Por analogia, pode-se pensar que o valuation (valor intrínseco e pessoal) de uma viagem pode ser estimado em termos de quanto ela te trará de benefício/satisfação. A diferença é que quando se projeta algo em um horizonte maior do que um período, além da quantificação desses “benefícios” em valores monetários, será necessário considerar a perda de valor do dinheiro no tempo e o custo de oportunidade do investidor– ou seja, “risco associado ao negócio”.

Existem, porém, situações em que o valuation, essa técnica “rebuscada” da matemática financeira, é “driblado” na hora de avaliar uma empresa. Isso ocorre por meio da chamada avaliação relativa (ou avaliação por múltiplos). Múltiplos são índices normalmente resultantes de uma divisão de valores de mercado por um valor contábil. Por exemplo, o múltiplo “P/E” (“preço-lucro”) é a razão entre o preço da ação da empresa em uma data e o lucro dos últimos 12 meses. A bem da verdade, o significado efetivo desse múltiplo é deixado de lado, para dar lugar a uma prática de comparação. É muito mais fácil, porém muito menos precisa.

A ideia é investigar um grupo de empresas assumidas como comparáveis (em termos de setor de atuação, tamanho etc.). Assim, ao avaliar uma indústria farmacêutica, suponhamos que ela apresente um P/E (“preço-lucro”) de 12, enquanto as empresas comparáveis em média, estão sendo negociadas a 18x o lucro. Isso significaria que essa indústria está, a priori, subavaliada (ou “barata”). O oposto seria verdadeiro. Porém, usar um único múltiplo é algo bastante incipiente e arriscado, da mesma forma que é subjetiva a escolha das empresas “comparáveis”.

Esse tipo de análise é mais plausível quando utilizado como um balizador da avaliação intrínseca, feito sob a ótica de caixa ou lucro. Não existe verdade absoluta quando se fala em valuation. O grande desafio do analista é ser razoável em termos de segurança das premissas adotadas para o comportamento dos fluxos de “retornos” e para o “risco”.

Avaliando riscos do negócio– entenda a importância do due dilligence

A avaliação de uma empresa pode ser precedida ou procedida de uma Due Diligence, a qual é comumente tratada como “Procedimento de Diligência/Auditoria Prévia”.

Isso porque, a due diligence é um processo de análise e avaliação do risco operacional de determinado negócio– sob aspectos jurídicos, contábeis, econômico-administrativos e tecnológicos (a depender do caso)– que tem impacto significante sobre o valuation.

Visualize uma empresa que alcançou um valor de R$1milhão de reais, mas omitiu um passivo trabalhista não contabilizado (por ser incerto, mas provável), de R$350mil.

Se o resultado “provável” se confirmar na maioria das ações, isso significará um dispêndio financeiro que poderá inviabilizar o fluxo de caixa da empresa, fazendo com que ela tenha que buscar empréstimos, e até mesmo “operar no vermelho” por alguns anos até se restabelecer.

Conclusão: A empresa não valia aquele preço, fato que só foi descoberto após uma análise e avaliação acurada de toda sua operação, livros, certidões, demonstrações financeiras, registros contábeis, comprovantes e, é claro, do seu risco jurídico.

Mauro Massucatti Netto é advogado no escritório FASS Fonseca Assis Advogados, e é Pós-graduado e Mestre em Direito Empresarial.

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IEL finaliza a publicação com as 200 maiores e melhores empresas do ES

O IEL está finalizando a 24ª edição do Anuário 200 Maiores e Melhores empresas no ES, leitura obrigatória no mundo corporativo do Estado, que é distribuído gratuitamente e conta também com uma versão online. A edição deste ano deve sair até o fim de novembro.

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