Retomada — Espírito Santo tem potencial como HUB logístico nacional
A determinação do valor de mercado uma empresa também chamada de “valuation” pode ser representada de maneiras diferentes, em diversos contextos. Todavia, quer seja para avaliar uma ação na bolsa quer seja para avaliar uma empresa em caso de dissolução societária, a premissa será sempre a mesma: o valor da empresa é dado pelo potencial de geração de benefício no futuro, trazido a valor presente, descontado a uma taxa que representa o risco associado ao negócio. No artigo a seguir, Paulo Victor Gomes Novaes, professor e doutorando em controladoria e finanças pela UFMG fala sobre os principais erros e acertos cometidos na hora de realizar um valuation.
Por analogia, pode-se pensar que o valuation (valor intrínseco e pessoal) de uma viagem pode ser estimado em termos de quanto ela te trará de benefício/satisfação. A diferença é que quando se projeta algo em um horizonte maior do que um período, além da quantificação desses “benefícios” em valores monetários, será necessário considerar a perda de valor do dinheiro no tempo e o custo de oportunidade do investidor– ou seja, “risco associado ao negócio”.
Existem, porém, situações em que o valuation, essa técnica “rebuscada” da matemática financeira, é “driblado” na hora de avaliar uma empresa. Isso ocorre por meio da chamada avaliação relativa (ou avaliação por múltiplos). Múltiplos são índices normalmente resultantes de uma divisão de valores de mercado por um valor contábil. Por exemplo, o múltiplo “P/E” (“preço-lucro”) é a razão entre o preço da ação da empresa em uma data e o lucro dos últimos 12 meses. A bem da verdade, o significado efetivo desse múltiplo é deixado de lado, para dar lugar a uma prática de comparação. É muito mais fácil, porém muito menos precisa.
A ideia é investigar um grupo de empresas assumidas como comparáveis (em termos de setor de atuação, tamanho etc.). Assim, ao avaliar uma indústria farmacêutica, suponhamos que ela apresente um P/E (“preço-lucro”) de 12, enquanto as empresas comparáveis em média, estão sendo negociadas a 18x o lucro. Isso significaria que essa indústria está, a priori, subavaliada (ou “barata”). O oposto seria verdadeiro. Porém, usar um único múltiplo é algo bastante incipiente e arriscado, da mesma forma que é subjetiva a escolha das empresas “comparáveis”.
Esse tipo de análise é mais plausível quando utilizado como um balizador da avaliação intrínseca, feito sob a ótica de caixa ou lucro. Não existe verdade absoluta quando se fala em valuation. O grande desafio do analista é ser razoável em termos de segurança das premissas adotadas para o comportamento dos fluxos de “retornos” e para o “risco”.
A avaliação de uma empresa pode ser precedida ou procedida de uma Due Diligence, a qual é comumente tratada como “Procedimento de Diligência/Auditoria Prévia”.
Isso porque, a due diligence é um processo de análise e avaliação do risco operacional de determinado negócio– sob aspectos jurídicos, contábeis, econômico-administrativos e tecnológicos (a depender do caso)– que tem impacto significante sobre o valuation.
Visualize uma empresa que alcançou um valor de R$1milhão de reais, mas omitiu um passivo trabalhista não contabilizado (por ser incerto, mas provável), de R$350mil.
Se o resultado “provável” se confirmar na maioria das ações, isso significará um dispêndio financeiro que poderá inviabilizar o fluxo de caixa da empresa, fazendo com que ela tenha que buscar empréstimos, e até mesmo “operar no vermelho” por alguns anos até se restabelecer.
Conclusão: A empresa não valia aquele preço, fato que só foi descoberto após uma análise e avaliação acurada de toda sua operação, livros, certidões, demonstrações financeiras, registros contábeis, comprovantes e, é claro, do seu risco jurídico.
Mauro Massucatti Netto é advogado no escritório FASS Fonseca Assis Advogados, e é Pós-graduado e Mestre em Direito Empresarial.
O IEL está finalizando a 24ª edição do Anuário 200 Maiores e Melhores empresas no ES, leitura obrigatória no mundo corporativo do Estado, que é distribuído gratuitamente e conta também com uma versão online. A edição deste ano deve sair até o fim de novembro.
As empresas que quiserem participar do ranking têm até a próxima sexta-feira (28) para se inscreverem. Elas receberão um relatório com análise comparativa de diversos indicadores com a média de seu setor, a média do conjunto das empresas participantes e também comparações com a média de empresas de capital aberto de abrangência nacional.
No jornal Valor Econômico, foi noticiado que Paulo Skaf, presidente da Fiesp desistiu de tentar nova reeleição, o que traria uma renovação na Federação. Exemplo de mudança, segundo o jornal, foi a Findes, que acaba de empossar a presidente Christine Samorini, primeira mulher eleita para o mais alto cargo da entidade.
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