A vigência da LGPD – urgência em proteção de dados para os empresários
Na última sexta-feira entrou em vigor no Brasil a tão esperada, e necessária, Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD. O projeto de lei, que foi aprovado em agosto de 2018, demorou dois anos para de fato entrar em vigor, tendo sua vigência sido adiada algumas vezes em razão da pandemia causada pelo COVID-19. De acordo com Walter Ferreira, Head de LGPD da FASS (Fonseca Assis Advogados), empresas já podem sofrer processo judicial por não cumprirem o que determina a Lei Geral de Proteção de Dados. A seguir, Walter dá diretrizes para adequação de empresas de todos os portes às exigências da LGPD.
Para Walter, o adiamento da entrada em vigor, levou até os mais estudiosos a se confundirem, tamanha era a complexidade da situação. E ao mesmo tempo fez com que o empresário, de maneira geral, vivesse dias de incerteza.
Apesar de todos os percalços e das reviravoltas, atualmente a estrutura normativa da lei está 100% em vigor, com exceção das sanções administrativas, que ficaram pra agosto de 2021.
Walter ainda adverte “lei vigente é lei válida e perfeitamente aplicável no judiciário, bem como, exigível nas empresas, uma vez que os titulares dos dados (clientes ou colaboradores) já podem exigir o cumprimento da lei na sua totalidade. Já existem reclamações registradas no site “Reclame Aqui”, e ações judiciais tramitando, na medida em que multas processuais podem ser aplicadas desde já.”
Gustavo Fonseca, sócio da FASS, comenta: “Nos últimos meses temos conversado com muitas empresas para a implementação da LGPD, no entanto, desde quinta-feira a procura pelos nossos serviços aumentou consideravelmente. É importante destacar que, ainda que a lei já esteja valendo e que o projeto de implementação leve alguns meses para ser concluído, é importante iniciar a implementação desde logo.”
O advogado ainda esclarece: “Temos que destacar que a lei também considera a postura proativa do controlador de dados. Isto significa que, para verificar se o tratamento de dados deve ser punido ou não, leva-se em consideração se o controlador de dados tomou ou não todas as medidas que estavam ao seu alcance.”
Diante disso, como adapto minha empresa às exigências da LGPD?
Para esclarecer o que deve ser feito diante da vigência da nova lei, os advogados da FASS, elencaram as principais medidas que devem ser tomadas para que a sua empresa se adeque às exigências legais, são elas:
1. Nomear / indicar o Encarregado (DPO) e divulgar publicamente o contato do mesmo, conforme previsto não art. 41, parág. 1º. da LGPD;
2. Criar canal de atendimento aos titulares (e-mail, SAC), já apto à atender requisições e os demais direitos previstos no art. 18 da LGPD;
3. Confeccionar o Roadmap, destacado em primeiro plano os tratamentos com maiores riscos;
4. Iniciar o mapeamento dos maiores riscos encontrados, sempre com foco no binômio volumetria x fluxo de dados;
5. Criar e publicar as Políticas de Privacidade e Proteção de Dados;
6. Revisar e ajustar cláusulas dos Contratos de Trabalho, Contratos com Terceiros (controlador x operador) e Políticas de RH;
7. Reforçar o Cybersecurity, revisitando processos, políticas e controles;
8. Iniciar gestão de consentimento, preferencialmente com uso de uma ferramenta tecnológica;
9. Implementar política d eprivacy by design e privacy by default;
10. Documentar toda a jornada de privacidade dentro da empresa;
Mauro Massucatti, Head de Tecnologia da FASS, ainda faz um alerta importante: “Ao realizar o trabalho de implementação da LGPD nas empresas, percebemos que nossos clientes utilizam muitos softwares diferentes, e que em razão disso, não fazem nem ideia de onde seus dados estão sendo hospedados. As localidades são tão diversas que é bastante comum encontrarmos a hospedagem dos dados em outro país.”
Ele avalia que isso torna o trabalho mais complexo e requer um cuidado maior na análise que precede as adequações exigidas pela Lei. Todavia, os softwares não são apenas ferramentas que expõem a segurança da informação e permitem o vazamento de dados. Pelo contrário, existem também os aplicativos desenvolvidos para a gestão e controle de dados que permitem proteger as informações sensíveis, viabilizam o manuseio de big data e ainda, facilitam a exclusão e a alteração de dados, a pedido do usuário, finaliza o head de tecnologia da Fass Adovgados.
Sob o comando do CEO Antonio Toledo, a capixaba Timenow Consultoria e Gestão de Projetos vive um momento positivo, apesar da crise. Após as transformações internas nos últimos meses, marcados pelo distanciamento social, a empresa lança sua nova identidade visual e comemora resultados excelentes, inclusive internamente: 87,79% da equipe se sente emocionalmente apoiada e 98,68% continuam acreditando na força e qualidade da empresa, como revela pesquisa realizada para avaliar os efeitos da pandemia.
A receita do sucesso? Para Toledo foi o investimento em ações com foco nos colaboradores, como eventos, parcerias com benefícios, desenvolvimento de materiais exclusivos e ferramentas. O depoimento de Priscila Britto, da equipe comercial da Timenow confirma: “Ironicamente, a sensação é de que estamos mais próximos hoje, com muito mais possibilidades de colaboração”.
No ES, um sindicato laboral ligado ao setor de educação protocolou ação civil pública contra a volta das aulas presenciais
Rafael Galvêas, vice-reitor da UVV, comenta a ação: “Essa notícia me traz diversos questionamentos, pois acredito que nós, educadores, temos que buscar o melhor para os alunos. Nesse período de pandemia, ficou evidente a importância da convivência social para a melhora na aprendizagem. Quando um órgão ligado à educação se posiciona contra retorno das aulas, é um impeditivo para a melhora na educação para os alunos que desejam vir presencialmente, seguindo todos os protocolos de saúde. Assim, vejo essa notícia com preocupação”.
Em um momento em que bares, restaurantes, cerimoniais e até casas de eventos ensaiam retorno, a última prioridade do Brasil parece ser a retomada das instituições educacionais. Enquanto o Brasil se torna um dos países com maior período de paralisação da educação, países como Reino Unido, severamente afetado pela pandemia, entendem a necessidade do retorno. “Pais que não levarem os filhos de volta à escola estão correndo o risco de prejudicar severamente as suas vidas no futuro”, alertou o secretário de educação britânico.
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