Jan 2022
31
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Respeitar o legado de Paulo Mendes da Rocha é finalizar o Cais das Artes aliando cultura com tecnologia

TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Antes de mais nada, cabe salientar a importância econômica e social que parques tecnológicos já executaram em diversos lugares do mundo.

Israel, um país desértico, iniciou um pesado investimento em tecnologia há 50 anos e só em 2015, investiu 4,3% do PIB em pesquisa e desenvolvimento. Como resultado disso, hoje sua economia é movida pelo desenvolvimento de dispositivos eletrônicos e tecnologias revolucionárias na medicina, telecomunicações e agronegócio, por exemplo.

No Brasil esse segmento ainda é incipiente, com as empresas de tecnologia respondendo por somente 2,8% do PIB. Já nos Estados Unidos, as empresas tech tem valor de mercado somado de 7,5 trilhões de dólares, ou 35% do PIB americano em 2020. Contudo, temos exemplos de estados brasileiros que se destacam como potências tecnológicas.

No Brasil, temos o exemplo de Santa Catarina, por exemplo. Uma parceria público-privada formada na década de 80 fez com que o estado se tornasse uma referência global em tecnologia e inovação. Segundo dados da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), as 17,7 mil empresas de tecnologia no estado faturaram R$ 19,8 bilhões e somaram mais de 67 mil postos de trabalho em 2020.

O forte desenvolvimento do parque tecnológico de Santa Catarina teve reflexos no aumento da produtividade das empresas em geral e na geração de empregos especializados.

Na contramão do mundo, a economia do Espírito Santo é ainda extremamente dependente das “commodities”, sejam elas agrícolas (café, mamão) ou minerais (petróleo e minério de ferro). Apesar de terem nos proporcionado forte desenvolvimento até aqui, sabemos que as commodities têm um aspecto perverso.

Isso porque a formação de preços das commodities ocorre no mercado internacional. O vaivém de preços das commodities deixa a economia capixaba dependente dos “ciclos econômicos globais” — em outras palavras, de fatores econômicos ou de decisões políticas que ocorrem fora do Brasil.

Como exemplo, no petróleo temos a influência do cartel da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). No minério de ferro, o preço é influenciado pela performance da construção na China.

TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Além disso, sabemos que muitas das empresas que trabalham com esse tipo de insumo não respeitam da maneira mais adequadas as boas práticas de sustentabilidade (mais conhecidas pelo mercado pela sigla ‘ESG’, que sugere respeito empresarial por boas práticas de conservação do meio ambiente, impacto social positivo e governança corporativa).

Por isso, por exemplo, o mundo vive hoje uma mudança de matriz energética, de fontes de energia poluentes (como o petróleo) para fontes de energia renováveis (como a energia solar e o hidrogênio).

Além disso, a maioria das empresas tecnológicas estão atuando de acordo com melhores práticas ‘ESG’ (ambiental, social e governança). Uma startup que ilustra isso é a capixaba Destine Já, que ajuda pequenas empresas a destinarem resíduos nocivos ao meio ambiente de forma adequada e recompensa aquelas que reduzem a quantidade de resíduos produzidos.

Isso sem contar com as centenas de startups brasileiras que privilegiam a contratação de jovens e minorias, para a composição de um quadro de colaboradores mais diversificado.

TECNOLOGIA E FUTURAS GERAÇÕES

Portanto, o que vemos é que desenvolver tecnologia no Espírito Santo é, essencialmente, conectar o nosso estado ao mundo. Modernizar e dinamizar a economia capixaba é essencial nesse momento. Primeiro, pelo aspecto do desenvolvimento socioeconômico: isso geraria mais empregos qualificados e mais renda para a população.

Também pelo aspecto ambiental: empresas tecnológicas poluem menos e são mais responsáveis com a sociedade. Depois, pelo aspecto cultural: empresas de tecnologia dependem do talento e da criatividade do povo capixaba e menos da formação de preços internacionais.

Por último, pesa o aspecto geracional: desenvolver tecnologia própria é cultivar perspectivas para as futuras gerações, que não ficarão reféns da economia de commodities em um mundo em plena transformação digital e em mudança de matriz energética.

Assim, concluímos que desenvolver tecnologia é pensar no amanhã. E aproveitar o espaço do Cais, que se encontra inutilizado, como um parque tecnológico-cultural é um compromisso moderno e arrojado do Governo do Estado, ao passo que contempla nos planos de futuro as próximas gerações.

Além disso, a concessão das obras e a criação de do parque tecnológico-cultural permitirá a conclusão do edifício que representa um marco arquitetônico para o Espírito Santo.

Isso significa honrar o legado do arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha (in memoriam), reconhecido internacionalmente por revitalizar São Paulo com edifícios de caráter cultural, e por projetar o marco arquitetônico capixaba.

Ao fim desse processo o Espírito Santo ganhará um espaço onde essa tecnologia dialoga com nossas riquezas artísticas e culturais, conciliando desenvolvimento com identidade e reforçando o aspecto democrático do uso do espaço urbano.

Esse espaço conciliará o olhar para as origens e a identidade do povo capixaba por meio da arte e da cultura; e criará novas perspectivas para o futuro do estado e as novas gerações por meio do empreendedorismo inclusivo e o desenvolvimento de tecnológico.

 

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