Onde investe? Antônio Toledo, CEO da Timenow
Quase uma década depois de sua concepção, o Porto Central, localizado em Presidente Kennedy, deve iniciar sua primeira fase das obras em setembro deste ano. Pelo menos, isso é o que projeta José Maria Novaes, Presidente do Conselho da TPK Logística S.A., empresa responsável pelo projeto. Os executivos do terminal, que promete ser um dos maiores da América Latina, tem bons motivos para acelerar o cronograma de entrega: o Porto já tem contratos assinados com empresas de grande porte, que tem data marcada para iniciar a operação por lá.
Em setembro deste ano, a supressão vegetal– processo de eliminação da mata nativa– deve ter início no terreno que comportará o Porto Central, em Presidente Kennedy, extremo sul do Espírito Santo. Essa é o primeiro passo da fase inicial das obras do complexo.
A primeira etapa das obras compreende desde o desmatamento até a construção de canais profundos para a chegada dos navios e do terminal de granéis líquidos (como petróleo, gasolina e diesel). Essa estrutura vai demandar um investimento de R$ 2,5 bilhões e três anos para ser completada. A conclusão do Porto demandará um total de R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões.
A obra civil será executada pela Vaanord, empreiteira holandesa conhecida pela realização das ilhas de areia residenciais de Dubai, a The Palm.
Até o momento, pelo menos quatro petroleiras, dentre elas a Petrobras, assinaram contratos para operar no Porto Central e combinaram um prazo para iniciar a operação. Em razão disso, a margem para adiamento da execução é cada vez menor.
O prefeito municipal de Presidente Kennedy, Dorlei Fontão, garantiu que todas as licenças para início das obras foram concedidas e afirmou que a concretização do Porto Central vai promover um ciclo virtuoso de crescimento na região Sul do Espírito Santo.
“O Porto vai trazer por si só um volume grande de investimentos e gerar centenas de empregos, seja pela operação portuária, seja pelas indústrias que vão se instalar dentro do complexo. Indiretamente, o Porto vai fomentar a vinda de indústrias que tem interesse em utilizá-lo para exportar e importar, além de aquecer a cadeia de fornecedores locais”, avalia Dorlei.
Segundo o Presidente do Conselho da empresa que controla o Porto Central, José Maria Novaes, o principal interesse das petroleiras é realizar o transbordo de petróleo no Porto Central.
“Como os navios aliviadores que recolhem o petróleo extraído em alto mar não são os mesmos que realizam a viagem transoceânica, eles precisam transferir o óleo para navios de maior porte. Essa operação pode ser feita no mar– que é arriscada e depende de uma boa condição climática– ou em um porto com estrutura adequada, como terá o Porto Central”, afirma Novaes.
Inicialmente, o Porto Central terá capacidade prevista para processar 600 mil barris de petróleo por dia, calcula José Maria Novaes. “E esse volume pode crescer conforme mais petroleiras começarem a operar no terminal”, completa.
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