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Na última semana, o mercado capixaba acompanhou a notícia do pedido de recuperação judicial da Viação Grande Vitória, que tem uma dívida de R$ 99,2 milhões distribuída entre credores no Espírito Santo e em outros estados. A empresa é uma das operadoras do sistema de transporte coletivo da Grande Vitória e é responsável pelo transporte de 11% dos passageiros da Região Metropolitana. Com um contrato de concessão de mais 32 anos, a companhia atribuiu a necessidade de recuperação judicial aos impactos da pandemia, alta de custos e de juros, e demora na integração dos sistemas Municipal e Transcol — mas garantiu que as obrigações e dívidas foram e serão pagas, e que os novos investimentos no Transcol continuarão sendo feitos. Leia na íntegra abaixo.
A Viação Grande Vitória, que tem 51 anos de mercado no Estado, emprega 800 funcionários diretos e cerca de 600 indiretos e tem uma frota de 200 veículos.
O pedido de recuperação judicial (RJ) emitido nesse mês, segundo a empresa, é uma forma de proteger em relação a dívidas que precisam ser quitadas e evitar a interrupção das operações.
Esse procedimento evita que os funcionários percam empregos e os consumidores percam acesso ao serviço prestado, garantindo a continuidade do negócio.
Em suma, trata-se de um instrumento jurídico que prevê o acordo com as empresas com que a Grande Vitória tem dívidas. O pedido foi aprovado pela Justiça no último dia 11 e a empresa deverá apresentar um Plano de Recuperação Judicial em até 60 dias.
Segundo comunicado emitido pela assessoria de imprensa da companhia, o pedido de recuperação judicial em nada impacta no dia a dia da empresa, que opera o Sistema Transcol.
“Na prática, a Viação Grande Vitória se prepara para o futuro, tem um Contrato de Concessão de quase 32 anos pela frente e planeja investimentos em novos ônibus e em tecnologia para melhorar a qualidade dos seus serviços”, disse a empresa por meio de nota.
Segundo a companhia, até a entrada com o pedido de recuperação judicial, todas as contas rigorosamente estavam sendo pagas em dia: não havia compromissos vencidos com fornecedores, funcionários, bancos ou com o Fisco.
“Todas as dívidas que aparecem no processo são vencimentos futuros, sejam fruto da rotina operacional da empresa ou de seu investimento em ativos, mas que precisam, obrigatoriamente, estar relacionados no Quadro Geral de Credores. Na elaboração do plano de recuperação judicial é preciso constar, por exemplo, até mesmo as obrigações futuras da empresa com os avos de férias de funcionários, que são cerca de 800, o que explica o número elevado de credores. Entramos na recuperação judicial inclusive com a Certidão Negativa de Débitos federal válida”, detalha o diretor financeiro da Viação Grande Vitória, Rodrigo Torres.
A necessidade desse instrumento para renegociar a dívida bancária futura, explica o executivo, estão os efeitos da covid-19 no sistema de transporte público, quando houve queda na demanda de passageiros pagantes de quase 40% e que, até hoje, não retornou ao seu patamar original.
Soma-se a isso a elevação dos custos de operação, principalmente dos salários dos funcionários e do preço do combustível (que teve alta de 50% no ano).
Outro agravante, segundo Torres, foi a demora na integração dos Sistemas Municipal e Transcol e a elevação das taxas de juros no país, onde em menos de 18 meses saíram de 2% para 13,75%.
Mesmo com a abertura do pedido de recuperação judicial, a operadora do Transcol se compromete a manter investimentos em renovação de frota.
Segundo a empresa, nesta semana seis novos ônibus entraram em circulação e em fevereiro mais dois ônibus articulados serão adicionados à frota. Ao longo do ano, serão 20 novas unidades atendendo a diversas linhas na Região Metropolitana.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória