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O empresário Maely Coelho, sócio e presidente da operadora de saúde MedSênior, fechou a compra do Siribeira Iate Clube, no Centro de Guarapari, diretamente com os sócios do empreendimento por R$ 25 milhões. O Clube foi fundado em 1947 e funcionou como espaço para atividades esportivas, sociais e de lazer. Recentemente, o clube passou por dificuldades financeiras e foi a leilão por uma dívida tributária com a prefeitura. O processo, no entanto, foi suspenso.
Muito antes de ir a leilão e ser adquirido por Maely Coelho, o Siribeira teve um dos melhores carnavais do país e quase virou um resort de luxo. A estrutura está localizada em um terreno de 44 mil metros quadrados na península entre as praias da Areia Preta e Castanheiras, no Centro de Guarapari.
O Siribeira foi inaugurado em 1947, um ano depois do Iate Clube de Vitória, como espaço para atividades sociais, esportivas e náuticas, em um terreno cedido pela União. A construção da sede social, porém, teve início apenas em junho de 1951.
O clube viveu seus anos dourados nas décadas de 1960 e 1970 com o grande prestígio de suas festas de carnaval, que recebeu figuras de relevância nacional como Elza Soares, Garrincha e José Sarney.
Durante décadas, o Siribeira foi um importante clube náutico e social do Espírito Santo, mas nos anos recentes, passou por dificuldades financeiras e deixou de ser um equipamento turístico atrativo para um dos principais balneários no Espírito Santo.
Nas palavras de um empresário do ramo imobiliário de Guarapari, o Siribeira levou um fim similar ao Radium Hotel: “Espaço com localização privilegiada e enorme potencial de mudar a cara da cidade, mas que caiu no abandono. Nunca houve um entendimento dos mandatários sobre avanços que o clube poderia ter”.
A história recente do Clube também teve alguns capítulos curiosos. Em 2014, o grupo empresarial do príncipe árabe Khaled bin Alwaleed propôs a construção de um megaempreendimento turístico com 500 apartamentos, centro de convenções e até píer para atracar grandes embarcações. O negócio evidentemente não andou.
O Siribeira também passou a alugar seu espaço de eventos para grandes eventos como o ´Tardezinha´, mas não deu a volta por cima. O empreendimento acumulou uma dívida próxima de R$ 8 milhões com a prefeitura, que foi reduzida para R$ 4 milhões, e um outro débito de R$ 2,8 milhões com a Secretaria de Patrimônio da União.
“Ficamos com a escolha de pagar a dívida, que era inviável, perder o imóvel em leilão ou vendê-lo. Escolhemos vendê-lo para que um empresário pudesse investir no equipamento e dar força ao turismo de Guarapari. A sensação que temos é que o Clube no atual estado não ajuda, pelo contrário, atrapalha o turismo da cidade”, afirmou o comodoro do Siribeira, Ricardo Cruz.
Pelas dívidas, o imóvel foi colocado em leilão pela Prefeitura avaliado em R$ 24 milhões com um lance mínimo de R$ 14 milhões em 2022. Na época, o único interessado foi o empresário Maely Coelho.
O leilão foi cancelado, mas a transação foi fechada por Maely junto aos sócios do clube. O valor líquido da transação será dividido entre os sócios adimplentes, segundo o comodoro.
Por Maely ser dono de uma operadora de saúde e agora ter um empreendimento próximo à Praia da Areia Preta, reconhecida pelas propriedades medicinais de sua areia, pode-se especular que o empreendimento possa estar voltado à saúde e bem-estar, além de turismo e lazer.
Além do investimento de Maely na aquisição do Siribeira, o empresário planeja outros empreendimentos em Guarapari. Ele é proprietário de um terreno de 200 mil metros quadrados no bairro de Buenos Aires onde pretende construir um empreendimento no formato de resort.
A família Coelho também é proprietária de uma empresa de comunicação, investidora em empresas de tecnologia e dona de um clube de futebol no Espírito Santo. Continuaremos acompanhando de perto os desdobramentos dos investimentos feitos pela família.
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