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A ONU estima que um jovem carente de um país em desenvolvimento, como o Brasil, leva até nove gerações para deixar a pobreza e atingir a renda média da população. Embora a pobreza e o privilégio continuem a se reproduzir em círculo vicioso, é um consenso que a educação é um atalho para a ascensão social. Foi nisso que a empresária capixaba Bartira Almeida apostou após deixar o dia a dia da Morar Construtora. Em 2015, ela formou a primeira turma do Instituto Ponte, inserindo 19 alunos de alta performance das escolas públicas nas melhores escolas do Espírito Santo. Desde então, a turma do Instituto cresceu 15 vezes e a atuação já começa a chegar em outros estados. A meta: promover a ascensão social de maioria desses jovens em apenas uma geração.
Bartira compara que o Instituto Ponte é como um olheiro dos jovens gênios que estão na categoria de base e querem chegar à primeira divisão. Eles são selecionados para fazer parte do seleto grupo por meio de provas de seleção, indicação das próprias escolas e por terem se destacado em olimpíadas escolares.
“No Brasil, só avançam talentos do futebol porque existem olheiros que identificam e times que investem na carreira deles. Por isso temos os melhores jogadores do mundo e nenhum prêmio Nobel. Por isso quis me tornar ´olheira´ das escolas públicas”, compara Bartira.
O Instituto seleciona os alunos de ponta no Ensino Fundamental ou Médio que geralmente vêm de famílias carentes. Por meio de apoiadores, o IP ajuda a custear transporte, alimentação, uniforme e apoio psicológico e pedagógico– uma despesa de R$ 800 por mês por aluno.
Já as escolas oferecem bolsas para esses alunos, que costumam contribuir para o nível intelectual da classe e para a diversidade social. Nos últimos três anos, os colégios parceiros do Instituto ofereceram R$ 13 milhões em bolsas de estudos para esses alunos.
O acompanhamento vai até a formatura do aluno na universidade. Apesar de nenhum aluno ainda ter se formado, 63 alunos do IP estão em faculdades e universidades de ponta do Espírito Santo e do Brasil, como USP, Insper, Inteli, UFMG e Unicamp.
O plano de ascensão social é bem assertivo: 10% dos universitários do IP cursam medicina e 38% cursam engenharia ou tecnologia– carreiras que vão proporcionar em pouco tempo um salário maior do que sua renda familiar de anos atrás. Um aluno que hoje estagia no banco BTG Pactual chegou a ter uma bolsa maior que sua renda familiar e hoje ajuda na educação dos irmãos.
“Quero que os alunos ganhem dinheiro e tenham liberdade de escolha para viver, se alimentar e ajudar a família”, dispara Bartira.
Um outro jovem, integrante da primeira turma, Marlon Santos, estudava em uma escola municipal na Serra quando foi peneirado por seu desempenho muito acima da média e no ano seguinte, estava matriculado no Centro Educacional Leonardo da Vinci, em Vitória– escola com uma das mensalidades mais caras do país e que anualmente aprova alunos nas melhores faculdades privadas e federais. Hoje, Marlon está no 8° período de medicina da Multivix e é monitor de disciplinas do curso.
Com mais de 280 alunos, o Instituto Ponte já oferece as mesmas oportunidades para pequenos gênios ao redor do Brasil. Hoje 14% deles vêm de estados como Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Eles são matriculados nas melhores escolas de suas regiões e recebem apoio do IP no formato híbrido.
“Acredito que existem muitos talentos no Brasil sendo desperdiçados pela deficiência na educação. A motivação para expandir a fronteira é buscar os melhores alunos do país, não queria ser limitado ao tamanho do Espírito Santo”, conclui Bartira.
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