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A Let’s– empresa especializada em gestão e terceirização de frotas da VIX Logística– fez um movimento relevante para ter acesso ao dinheiro institucional no mercado de capitais. Neste mês, a subsidiária pediu o registro de categoria B na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que autoriza a captação de recursos no mercado, sobretudo de fundos de crédito. O objetivo é ter novas formas de negociar um negócio de capital intensivo e acelerar seu crescimento. A controladora da Let’s, a VIX, realiza esse tipo de operação desde 2019 e tem quase R$ 1,7 bilhão de emissões de debêntures ativas no mercado.
A VIX Logística já realizou seis emissões de debêntures em sua história, sendo três emissões abertas ao mercado e três encarteiradas por bancos. A Let’s, sua subsidiária, que ganhou notoriedade pela aquisição da EBEC, tem cinco emissões de debêntures no currículo, mas todas foram encarteiradas por bancos.
Debênture é uma modalidade de emissão de dívida em que a empresa remunera o investidor com uma taxa de juros definida. Essa é uma forma da empresa levantar capital de forma mais vantajosa do que com empréstimos bancários, e também é uma modalidade de investimento que cresce ano a ano no Brasil.
Segundo André Chieppe, diretor de finanças e relações com investidores da VIX Logística, captar recursos com fundos de investimento permite a Let’s acessar novas formas de financiamento e não precisar recorrer à controladora para esse tipo de operação, o que gera ineficiências tributárias.
“O objetivo desse movimento é deixar a empresa pronta para poder se financiar com recursos captados no mercado– vamos acessar bolsos diferentes. Quando tomamos dinheiro com banco, tomamos limite de crédito com eles, o que pode nos restringir em algum momento, Quando nos tornamos aptos a emitir dívida no mercado, existem mais investidores dispostos a emprestar dinheiro para a VIX”, afirma Chieppe.
A Let’s foi a primeira subsidiária da VIX a pedir essa autorização por um fator intrínseco ao negócio de gestão e terceirização de frotas (GTF), que é capital intensivo. Hoje, a VIX conta com cerca de 22 mil veículos de passeio, sendo que 17 mil são da vertical de GTF.
“A grande diferença para a operação de GTF para as demais é que quando você faz aluguel de veículo, não está agregando serviço, está basicamente comprando a frota e alugando com uma margem. Cada real investido gera um volume pequeno de receita, comparado a outras operações, por isso é uma operação que demanda mais capital para rodar”, afirma André Chieppe.
Dentro do guarda-chuva da VIX, que também tem verticais de logística dedicada e automotiva e o app V1, a terceirização de frotas é uma das verticais que mais cresce. Enquanto os serviços de logística dedicada, mais tradicionais, crescem na ordem de 15% ao ano, a GTF avança a uma média de 30% anualmente.
No primeiro semestre de 2023, o faturamento da Let’s dobrou com a aquisição da EBEC, empresa mineira de GTF, chegando a R$ 353 milhões. No mesmo período, a receita da controladora chegou a R$ 1,53 bilhão.
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