Após um incêndio de grandes proporções consumir metade da indústria da Cacau Show em Linhares, a companhia iniciou o processo de retomada de produção em algumas áreas menos afetadas, como a de biscoitaria. Porém, a alguns meses de datas relevantes para o segmento, como a páscoa, a Cacau Show corre contra o tempo para manter seus 4 mil franqueados abastecidos. Segundo fontes ligadas ao setor de chocolates, a Cacau Show negocia com a Nestlé o fornecimento temporário de massa de cacau, que era um dos principais produtos da planta de Linhares.
A massa de cacau destinada à Cacau Show seria produzida na fábrica da Nestlé em Caçapava, São Paulo, que conta com mais de 1,1 mil colaboradores e produz chocolates em barra, bombons, massa de cacau, KitKat e outras barras de chocolate recheadas.
No entanto, para atender à demanda da Cacau Show, seria necessária a construção de uma nova linha de produção. Fontes a par do assunto afirmam que a produção seria em torno de 15% a 20% da produção anual da fábrica, que é de 140 mil toneladas, ou seja, de 21 mil a 28 mil toneladas.
Apesar de a Nestlé contar com uma fábrica no Espírito Santo, em Vila Velha, a planta de Caçapava tem maior área disponível para expansão. A fábrica possui 495 mil metros quadrados de terreno e apenas 67 mil metros quadrados de área construída. A Cacau Show possui duas outras fábricas em São Paulo, em Itapevi e Campos do Jordão.
Alê Costa, fundador da Cacau Show, afirmou que vai reconstruir toda a estrutura afetada na planta de Linhares e vai repor as máquinas perdidas. Porém, o tempo para a normalização de toda a produção pode ser extenso: produtos de chocolate fabricados com equipamentos nacionais devem ser retomados em até 6 meses, enquanto os que dependem de maquinário importado podem levar até um ano.
A negociação ocorre em segredo e não foi confirmada pelas partes, mas fontes do setor afirmaram que já foram sendo consultadas sobre o negócio.
A fábrica da Cacau Show em Linhares foi atingida por um incêndio de grandes proporções na madrugada do dia 7 de novembro. O fogo atingiu 5 das 7 linhas de produção da unidade fabril, comprometendo metade da fábrica, que responde por quase 20% da produção nacional da empresa.
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