Porto da Imetame já tem mais de um terço da estrutura para receber primeiros navios
De acordo com o levantamento realizado pelo Observatório da Indústria, da Findes, o Espírito Santo receberá um montante de R$ 36,9 bilhões de investimentos da cadeia de petróleo e gás natural até 2028. No total, foram levantados 12 projetos no Estado. Além dos projetos bilionários anunciados pela Petrobras e PRio em exploração, perfuração e produção de óleo e gás em mar (offshore) no sul do estado, a Seacrest Petróleo se destaca pela principal campanha de perfuração em terra (onshore) no Brasil, que acontece na região norte do estado.
Esse volume de investimentos marca a virada de chave da produção de petróleo no estado. Entre meados da última década até 2022, o Espírito Santo sofreu com a queda na produção de petróleo e de gás natural.
Em 2023, o estado registrou uma recuperação na produção, tanto no onshore como no offshore. Em 2024, é esperada relativa estabilidade, enquanto os próximos dois anos devem ser marcados por crescimento mais acelerado.
O Observatório da Indústria projeta que até 2028, a produção de petróleo registre um aumento médio anual de 5,1%, alcançando, no último ano projetado, um volume de produção de 218,4 mil de barris por dia. Em 2023, foram produzidos 169,7 mil barris por dia no estado.
Para o gás natural, projeta-se um aumento de 5,2% na produção média anual entre 2024 e 2028, alcançando, ao final do período, uma produção de 5,5 milhões de m3 por dia do insumo. Em 2023, foram produzidos 4,2 milhões de m3 por dia no estado.
Confira os investimentos previstos até 2028 no setor de petróleo e gás:
A maior investidora do setor de óleo e gás no Espírito Santo é a Petrobras, com R$ 25 bilhões previstos até 2028. A estatal tem foco na exploração e produção, com destaque para o início da produção do navio-plataforma Maria Quitéria. Além disso, a empresa tem três projetos de energia eólica offshore e a instalação de mais uma plataforma no Parque das Baleias.
Também no offshore, a PRio tem uma previsão de investimento de R$ 4,5 bilhões no projeto de Wahoo, incluindo a perfuração de quatro poços produtores e dois injetores, assim como a conexão entre os poços e o navio-plataforma de Frade.
A BW Energy projeta um aporte de R$ 4 bilhões nas operações dos polos Golfinho e Camarupim, na Bacia do Espírito Santo. Já a Shell prevê R$ 1 bilhão no desenvolvimento e produção dos campos do litoral sul do Espírito Santo.
O principal investimento em terra é da Seacrest, que comprou da Petrobras os ativos do polo Cricaré e polo Norte Capixaba, em 2021 e 2022, respectivamente. Até 2027, a Seacrest pretende investir R$ 2 bilhões e perfurar 300 poços nas cidades de Linhares, Jaguaré, São Mateus e Conceição da Barra com o objetivo de confirmar a potencialidade dos ativos e triplicar a produção. Desse total, cerca de R$ 400 milhões serão investidos em 2024, com a perfuração de 50 poços. Atualmente, essa é a maior campanha de perfuração onshore em curso no Brasil.
Outros investimentos previstos são da Imetame Energia, para expandir a produção no campo terrestre Rio Ipiranga (R$ 150 milhões); ES Gás, no aumento da rede de distribuição de gás (R$ 100 milhões); e Prysmian, na expansão da fábrica de umbilicais em Vila Velha (R$ 50 milhões).
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