Eneva compra termelétricas do BTG no Espírito Santo por R$ 2,5 bilhões
Vitória pode se tornar a primeira capital do mundo a transformar 100% de seu esgoto em água de reúso. Em janeiro deste ano, foi dado o primeiro passo: a espanhola GS Inima venceu o primeiro leilão de água de reúso da Cesan e será responsável por tratar efluentes da bacia de Camburi e fornecer o insumo para a ArcelorMittal Tubarão. A expectativa da companhia de saneamento é que o vencedor do leilão de esgotamento sanitário – que deve ser realizado neste ano, em montante de contrato próximo a R$7 bilhões de reais – transforme o restante do esgoto produzido na capital em água de reúso para atender outras empresas.
A GS Inima, vencedora do primeiro leilão de água de reúso da Cesan – que também foi o primeiro do Brasil – terá uma produção de até 300 litros por segundo quando entrar em operação.
Mas ainda existe um grande potencial a ser explorado: nas estimativas da Cesan, Vitória pode produzir até 700 litros de água de reúso por segundo caso aproveite todo o seu esgoto para este fim.
Segundo Munir Abud, presidente da Cesan, a empresa que assumir parceria público privada de esgotamento sanitário do Espírito Santo – que será realizada neste ano e deve movimentar R$ 7,1 bilhões – terá o direito de utilizar os efluentes para produzir e comercializar água de reúso.
Com isso, Vitória pode se tornar uma das primeiras cidades do mundo a reciclar 100% de seu esgoto. Até hoje, apenas o condado de Orange, na Califórnia, atingiu esse status. Dubai e Los Angeles estão investindo para se igualar.
Apesar de não ser própria para consumo humano, a água de reúso pode ser aplicada em processos industriais e atividades como limpeza e irrigação urbana.
O esgoto tratado tem duas principais vantagens: evita o uso de água potável em atividades em que ela não é necessária, evitando esgotamento dos rios em períodos de escassez, e tem custo mais competitivo.
“Uma empresa que deixa de consumir água potável em seus processos industriais está permitindo a população ser atendida com um abastecimento mais qualificado. Essa prática preserva o meio ambiente e é mais economicamente viável para as empresas”, completa o presidente da Cesan.
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