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A paulista Hipermix vai inaugurar hoje a Vittoria Cimentos, uma indústria sustentável construída dentro do Parque de Ecoindústrias da Marca Ambiental, em Cariacica. O investimento na primeira fase foi de R$ 45 milhões e a expansão prevista para o ano que vem vai demandar mais R$ 71 milhões, totalizando R$ 116 milhões. A cimenteira vai utilizar resíduos do centro de tratamento de resíduos da Marca para produzir cimento mais sustentável e com menor pegada de carbono.
O início da produção da Vittoria Concretos será imediato, com a previsão inicial de 100 mil toneladas por ano, que deve saltar para 300 mil toneladas anuais após o investimento na ampliação.
A área ocupada pela Vittoria é de 7,5 mil m², com uma área total de 30 mil m². Após a ampliação, a área construída passará a 10 mil m², e o terreno utilizado passará a 70 mil m².
A fábrica vai utilizar resíduos de outras indústrias – que normalmente seriam aterrados – para produzir um cimento sustentável. escória da ArcelorMittal, resíduos de polimento de mármore e pedras quebradas são alguns insumos que terão essa destinação. Por isso, é mais sustentável que o cimento produzido pelo processo tradicional.
“Nosso cimento é produzido com redução de 40% de CO2, quando comparado com a média nacional e se enquadra na classificação europeia de cimento de baixo carbono”, afirma Marcio Locatelli, sócio-fundador e CEO da Vittoria Cimentos.
O mercado consumidor da Vittoria está 30% dentro do Espírito Santo e 70% em estados próximos como São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Essa indústria faz parte de um complexo de 14 empresas que estão dentro da Marca Ambiental e reaproveitam resíduos como vidros, pneus, óleo e até biogás em seus processos produtivos. “Recebemos diariamente diversos materiais recicláveis e contamos com empresas que demandam eles matérias-primas. Para nós é importante pois conseguimos valorizar os resíduos, uma ajuda mútua”, afirma Vinicius Travizani, CEO da Marca Ambiental.
Segundo o executivo, a Marca consegue dar um destino mais sustentável para os resíduos e evitar que um oitavo de tudo que chega no centro de tratamento seja reciclado.
“No 1º semestre de 2024, recebemos cerca de 650 mil toneladas de resíduos, por conta da atividade das eco indústrias, conseguimos reciclar 1 em cada 8 toneladas. A média de reciclagem no Brasil é abaixo de 3%. Isso está em linha com as tendências de sustentabilidade que o mercado exige, e os grandes clientes produtores de resíduos valorizam isso, pois querem soluções que não sejam apenas aterrar”, completa.
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