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      Ricardo Frizera
      MUNDO BUSINESS

      porRicardo Frizera

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          Ricardo Frizera
          MUNDO BUSINESS

          porRicardo Frizera

          Orlando Caliman | Recordo-me que na década de oitenta quando discutíamos políticas de desenvolvimento do Espírito Santo nos deparávamos com o consenso de que a diversificação e incremento da produtividade da economia capixaba não poderia abdicar da cultura do café. Daí a opção pela estratégia da diversificação com o café. Evidências expressas em números demonstram a assertividade da decisão.

          Embora não sendo um adepto convicto da teoria das vantagens comparativas, pelo menos não na sua plenitude, o que se fez lá atrás foi exatamente apostar naquilo que o Espírito Santo tinha de vantagem comparativa na produção de café. Mas, mais ainda, no seu potencial de “adesão” e engajamento interno, principalmente em razão da densidade territorial pela sua presença em praticamente todos os municípios. Acreditava-se na sua capacidade de irradiação de efeitos transformadores para o tecido produtivo.

          O que está acontecendo hoje com o café podemos chamar de processo de diversificação de uma vantagem comparativa pela via da agregação de valor, com a industrialização.

          Trata-se, em síntese, de um processo de diversificação e de “descomoditização” do produto.

          Trazendo para o presente, porque não pensarmos, então, numa estratégia de diversificação com as commodities para a economia capixaba. Elas se mostram, hoje, como nossas vantagens comparativas atuais. Porém, nos expõem de forma acentuada às intempéries dos mercados globais, como podemos constatar no gráfico a seguir que mostra que o nosso PIB tende a oscilar bem mais que o PIB nacional, principalmente por conta do peso das commodities, especialmente das atividades de extração mineral.

          Coincidência ou não, o professor Jorge Arbache, da UNB, em artigo no jornal Valor de 12 deste mês defende para o Brasil e América Latina a “industrialização das vantagens comparativas”. Título do seu artigo. Seria a forma de transformar as commodites exportadas em fonte de geração local de valor, diversificação, inovação e incremento de produtividade.

          Aliás, é importante que se registre, esse é um caminho que já começamos a caminhar, no Espírito Santo. No caso do setor de rochas, por exemplo, praticamente deixamos de exportar blocos e hoje exportamos uma vasta gama de produtos industrializados, agregando mais valor, conhecimentos, inovação e sofisticação. Na mesma direção vemos o segmento produtor de celulose, com diversificação e sofisticação de produtos.

          O desafio está em ampliarmos esse leque de oportunidades de industrialização das nossas vantagens comparativas.

           

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          As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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