Dez 2024
8
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
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porRicardo Frizera

Orlando Caliman | O que motiva a enveredar-me nessa empreitada imaginativa se prende ao fato de que várias lideranças capixabas, públicas e privadas, estarem se valendo da expressão “o Espírito Santo é o Brasil que dá certo”, recorrentemente, como forma de marcar as diferenças. E são diferenças bem significativas.

Como na imaginação tudo cabe, tanto podemos imaginar o Brasil comportando-se como o Espírito Santo, ou o Espírito Santo, de forma isolada, abstraído do Brasil e pensado como um país. Das alternativas, soa mais razoável trabalharmos com a primeira. E nesse aspecto, a resposta a ser buscada seria como estaria o Brasil se tivesse seguido o mesmo caminho do Espírito Santo.

Primeira conclusão: o nosso país estaria posicionado internacionalmente no grau máximo de investimentos. Isto é, na categoria AAA. Teria abertura para financiamentos sem restrições e a custos extremamente baixos. Seria um país competitivo e contando com um excelente ambiente para os negócios.

A se justificar por uma série de fatores, porém, com relevância para a relação dívida/PIB e o equilíbrio fiscal e financeiro. No   Espírito Santo, essa relação tem se comportado no reduzidíssimo patamar de 4% em anos recentes, contrastando com os 78% observados hoje para o país.

As possíveis comparações não param por aí. O Espírito Santo é destaque em investimento público com recursos próprios, que chega a 20% da receita líquida e alto em torno de 2,5% do PIB. Os gastos com investimentos no Governo Federal em 2023 atingiram apenas 0,78% do PIB do país.

Além disso, diferentemente do país, nos últimos vinte anos, o Espírito Santo foi guiado por projetos de futuro, que funcionaram como verdadeiros “mapas de navegação”, o ES2025 e o ES2030, além de vários planos setoriais, com destaque para o agronegócio, com os PEDEAGs.  E, no momento, trabalha na elaboração do ES500, o plano de desenvolvimento para os próximos 10 anos. Em outras palavras, o Espírito Santo tem projeto de futuro. Planeja e tem rumo.

É fácil imaginarmos qual seria o patamar da taxa SELIC, ou como estariam os juros para consumidores e empresas. Talvez nos patamares de um país desenvolvido. Não estaríamos discutindo Arcabouço Fiscal, nem “emendas secretas”, superávit primário e tantos desafios mais. E o Brasil estaria na rota de crescimento sustentável e sustentado.

Que a imaginação não nos furte a esperança.

*Orlando Caliman é economista, ex-secretário de Estado do Espírito Santo e diretor econômico da Futura Inteligência

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