Jan 2025
11
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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2025 é um ano promissor para o conilon, segundo especialista

A valorização do café conilon elevou o preço da saca de 60 quilos para R$ 1.800 em dezembro de 2024, mais que o dobro do valor registrado em dezembro de 2023, quando era de R$ 740. Esses números não apenas consolidam o café conilon como um produto de alto valor no mercado, mas também reforçam a importância do Espírito Santo, responsável por cerca de 70% da produção nacional na liderança dessa cultura.

De acordo com Marcus Magalhães, especialista em Mercado de Café, a alta dos preços impactou diretamente os negócios dos cafeicultores do Espírito Santo e a economia capixaba, favorecendo principalmente os produtores que não tiveram perdas severas na safra.

“Os preços de 2024 incentivaram os produtores a investirem em suas lavouras, com foco em sustentabilidade e modernização dos equipamentos. Muitos puderam diversificar investimentos, modernizar equipamentos e impulsionar a economia. Contudo, a valorização ocorreu em um cenário de quebra de safra, o que limitou os ganhos de alguns cafeicultores”.

O Espírito Santo lidera a produção nacional de conilon. No entanto, no final de 2023, o estado enfrentou problemas climáticos nas principais regiões produtoras da variedade. A estiagem afetou os cafezais, e a safra foi reduzida em mais de 20%.

O especialista prevê um ano de 2025 promissor para o agronegócio no Espírito Santo, principalmente na região norte do estado, com destaque para a produção de conilon, pimenta-do-reino e cacau.

“As perspectivas para 2025 na cafeicultura capixaba são promissoras, especialmente se as condições climáticas no primeiro trimestre favorecerem a produção. Com preços internos potencialmente elevados, semelhantes aos de 2024, uma safra robusta poderá transformar a economia do Espírito Santo. O norte do estado, já destacado na produção de cacau, pecuária, pimenta-do-reino, fruticultura e silvicultura, poderá vivenciar um ano de progresso e prosperidade inimagináveis. Contudo, esse cenário depende de condições climáticas favoráveis”, destacou Magalhães.

Vale lembrar que, em 2024, os cafeicultores tiveram muitos motivos para comemorar. Entre os destaques, estão os recordes de preços do café conilon, a entrada do grão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e a equiparação da alíquota do ICMS para o conilon em relação ao café arábica em importantes regiões do país.

Carlos André Santos de Oliveira, diretor-executivo do Sistema OCB/ES, destaca que a cafeicultura é um dos grandes pilares da economia capixaba.

“As conquistas recentes, as inovações praticadas e o aumento constante da qualidade dos grãos têm apresentado um impacto importante nesse segmento, ampliando a sua competitividade e agregando mais valor. Com isso, ganha o produtor, que obtém mais retorno sobre a sua produção, e ganha também toda a sociedade capixaba, que sente o impacto positivo na economia e na geração de riqueza.

Entenda os motivos da valorização da saca do conilon

O conilon alcançou um novo patamar devido a problemas logísticos e produtivos, agravados por conflitos e guerras, que transformaram o cenário mercadológico. A escassez de chuvas afetou diretamente as lavouras de café robusta do Vietnã e na Indonésia, que lideram a produção da variedade no mundo. Com a oferta restrita, as exportações brasileiras de conilon para esses dois países dispararam, elevando as cotações do grão a níveis históricos.

Os fatores que impulsionam a valorização do conilon permanecem os mesmos: demanda aquecida e oferta limitada. A quebra de safra aumentou a procura pelo café brasileiro. Além disso, os problemas climáticos seguem como um dos principais motores da alta no preço do grão.

Segundo Magalhães, problemas geopolíticos também afetaram o mercado. “A guerra entre Israel e Hamas comprometeu a logística pelo Canal de Suez, elevando os custos de transporte. No Brasil, secas e altas temperaturas impactaram severamente a produção no Espírito Santo, causando uma quebra significativa na safra. Além disso, a alta do dólar ao longo de 2024 influenciou os preços, reforçada pelo tripé formado por alta demanda, cotações internacionais e instabilidade fiscal e geopolítica”, completa.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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