Economia

Não está fácil para ninguém! Inadimplência do capixaba cresce 16% em julho

Os dados são o resultado de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

O cenário aponta uma tendência para a queda da movimentação das vendas no comércio Foto: Divulgação

Os capixabas estão com dificuldades para colocar as contas em dia. Em julho, o número de consumidores com dívidas e registro nos cadastros de inadimplência teve aumento de 16% em relação com o mesmo mês do ano passado. O número está acima da média nacional, que registrou alta de 4,47%. 

“A alta da inflação e do desemprego são os responsáveis por esse resultado preocupante. Assim como em todo o Brasil, no Espírito Santo o consumidor tem dificuldade para colocar em dia dívidas de serviços básicos, como a energia elétrica”, informou o presente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Espírito Santo (FCDL-ES), Geraldo Magela. 

Ainda segundo o presidente, o cenário aponta uma tendência para a queda da movimentação das vendas no comércio. “Se o consumidor não consegue pagar os serviços de primeira necessidade dificilmente se arriscará a fazer novas dívidas”, explicou.

Os dados são o resultado de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

No Brasil, acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os dados anuais mostram que o crescimento dos números de inadimplência tem acelerado desde o início de 2014. “Agora a situação é bem mais complicada, devido à confluência de fatores negativos e uma perspectiva pior para a situação econômica”, afirmou o presidente. “Neste momento, o varejo precisa vender mais e contar com o poder de compra do consumidor sem dívidas, apto a consumir.”

57 milhões de devedores

O SPC Brasil e a CNDL estimam que, em julho de 2015, 57,0 milhões de consumidores estejam listados em cadastros de devedores inadimplentes por conta de pendências com atraso de pagamento. “Esta estimativa inclui não somente os atrasos em empréstimos bancários, mas também contas de serviços e pagamentos ao comércio”, diz Pinheiro. Desta forma, praticamente quatro em cada 10 brasileiros adultos têm o nome sujo.

Em termos de participação, o Sudeste continua concentrando a maior parte dos devedores do país: 39,88% do total de inadimplentes, seguido do Nordeste (25,97%) e no Sul (12,93%). Também no indicador de dívidas em atraso, é o Sudeste que segue concentrando a maior parte das pendências atrasadas (40,61%), seguido pelo Nordeste (24,80%) e pelo Sul (14,55%).

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento da quantidade de pessoas negativadas observado de forma generalizada em todo o Brasil reflete a piora do cenário macroeconômico nos últimos meses. “A pressão exercida pela fraca atividade econômica combinada com o aumento dos índices de desemprego têm impactado na capacidade dos brasileiros pagarem suas dívidas em dia”, comentou a economista.