O mercado de criptomoedas no Brasil continua crescendo, e o Bitcoin ainda está dominando as carteiras dos investidores brasileiros. De acordo com o último relatório da Bitso, uma das maiores plataformas de criptomoedas da América Latina, 53% das carteiras cripto no Brasil possuem Bitcoin, fazendo desse criptoativo a principal escolha entre os investidores.
Esse dado demonstra a confiança dos brasileiros no Bitcoin, que ao longo dos anos tem sido visto como uma reserva de valor segura, especialmente em momentos de volatilidade econômica. O relatório também fala do crescimento de outras criptomoedas nas carteiras brasileiras, o que revela um aumento na diversificação de perfil dos investidores.
Embora o Bitcoin lidere as carteiras de criptomoedas, há um grande aumento na posse de altcoins, como Solana. A criptomoeda, que ficou conhecida pelo rápido crescimento no mercado, agora representa cerca de 22% do total de altcoins nas carteiras brasileiras, segundo os últimos dados. Isso se deve, em parte, às suas baixas taxas de transação e à rapidez nas operações, características que têm atraído cada vez mais investidores.
Além disso, criptomoedas como Ethereum e Cardano também têm ganhado espaço entre os brasileiros. O CriptoFácil é um dos principais sites de notícias sobre criptomoedas e nele podemos ver que os traders do país cada vez mais buscam alternativas ao Bitcoin para diversificar seus portfólios e explorar novos projetos de blockchain. O Ethereum foi a primeira plataforma a permitir a criação de aplicativos descentralizados (dApps), e sua transição para o modelo Proof-of-Stake (PoS) atraiu muitos investidores que buscam ativos mais sustentáveis e com menores taxas de transação.
Já o Cardano, que é conhecido por seu desenvolvimento rigoroso baseado em pesquisas acadêmicas, oferece uma alternativa mais escalável e eficiente em termos energéticos. Sua adoção vem crescendo com o aumento de novos projetos e a promessa de maior segurança e rapidez nas transações. Ambos os ativos estão ganhando popularidade porque os investidores buscam oportunidades em projetos de blockchain inovadores.
Outro dado que chama atenção no relatório é o crescimento das memecoins no Brasil, especialmente a moeda PEPE. No primeiro semestre de 2024, o PEPE passou a representar 7% das transações de criptomoedas no Brasil, um aumento importante em relação ao 1% registrado no semestre anterior. Embora as memecoins ainda sejam vistas com cautela por parte dos investidores mais conservadores, sua popularidade reflete o interesse em ativos digitais de alto risco e possibilidade de alta recompensa.
Tudo isso mostra que, além de buscar segurança com o Bitcoin, uma parcela dos brasileiros está disposta a investir em criptomoedas mais voláteis e com menor histórico de mercado, apostando em retornos rápidos. Porém, outro aspecto importante que o relatório mostra é o aumento na adoção de stablecoins como USDT e USDC no Brasil. Somente em 2024, o volume de transações com USDT ultrapassou os R$ 271 bilhões. Isso é quase o dobro do volume de transações com Bitcoin no mesmo período, que foi de R$ 151 bilhões.
Essas criptomoedas, que são lastreadas em ativos como o dólar, têm se tornado uma opção cada vez mais popular entre os brasileiros que buscam estabilidade em um mercado conhecido por sua volatilidade. As stablecoins agora representam 36% das compras de criptomoedas no Brasil, um aumento de 6% em comparação com o semestre anterior. O USDC, por exemplo, atingiu R$ 953 milhões em volume de transações em junho de 2023.
Esse crescimento mostra a preocupação dos investidores em proteger parte de seus portfólios de oscilações bruscas, especialmente em um ambiente econômico incerto. Com mais de 30 milhões de brasileiros investindo em criptomoedas, o Brasil é um dos países líderes na adoção de cripto na América Latina. Os brasileiros movimentaram US$ 10,7 bilhões em criptoativos apenas no primeiro semestre de 2024.
E plataformas como a Bitso são importantes na popularização desses ativos no país. As exchanges facilitam o acesso a diversos tipos de criptomoedas e oferecem soluções de pagamento inovadoras. Segundo especialistas, a adoção de criptomoedas no Brasil deve continuar crescendo nos próximos anos, já que o mercado está amadurecendo e a regulamentação está se tornando mais clara. O Banco Central do Brasil tem avançado muito na regulamentação do mercado de criptoativos.
A implementação do Marco Legal das Criptomoedas, que entrou em vigor em 2023, e as etapas de regulação previstas até 2025 visam fortalecer o mercado e oferecer mais segurança aos investidores, incluindo a proteção patrimonial e o registro obrigatório das transações. O Banco Central está desenvolvendo um ambiente regulatório mais estruturado que deve incluir não apenas exchanges e prestadores de serviços de criptoativos, mas também soluções para pagamentos em stablecoins e regulamentação do mercado de câmbio internacional.
Além disso, a percepção de que as criptomoedas podem ser uma alternativa viável aos sistemas financeiros tradicionais está cada vez mais consolidada entre os brasileiros. Conforme apontado no relatório da Bitso, o crescimento de 16% no número de novos usuários no Brasil durante o primeiro semestre de 2024 demonstra o interesse do público em geral.
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