Mais uma bela colaboração do nosso professor e escritor potiguar, Rinaldo Barros. Essa é a primeira de muitas outras colaborações de Rinaldo para o Gestão & Resultados neste novo ano de 2015. Vamos à bela reflexão do Decifra-me ou te devoro: 

Ashampoo_Snap_2015.01.07_09h31m07s_002_“Uma sociedade de carneiros acaba gerando um governo de lobos” (Victor Hugo, 1802 a 1885)

Qual será o cenário que estará montado quando se consumar o final do século XXI?

Que ideologia estará dominando a mídia àquela altura da história da humanidade? Conseguirá o capitalismo consolidar um novo padrão de acumulação? Que novas formas de gerenciamento da economia internacional terão surgido?

A ambição, a ganância, o individualismo, a competição, a busca do lucro máximo, a destruição ambiental, a desigualdade social, o colonialismo, a dominação, o autoritarismo, e a violência ainda serão os nossos paradigmas?

Será que já teremos indícios de vida inteligente na terra?

Ou estará provado que o homo sapiens, definitivamente, não é um ser racional?

A impressão que temos hoje é a de que nossa sociedade se comporta como uma feiticeira que perdeu o controle sobre os seus poderes ocultos, perdeu o poder sobre suas fórmulas mágicas.

A imprevisibilidade caracteriza o nosso tempo.

Os únicos sinais visíveis apontam para uma concentração cada vez maior de riqueza e poder no planeta. Agrupam-se os poderosos.

Percebemos claramente que não há Liberdade no mundo. Um sentimento de passividade e desesperança parece que tomou conta de toda uma geração.

Neste contexto insípido, eu gostaria de ter a capacidade de colocar na ordem do dia novamente a história, o dinâmico e dialético modernismo do século XIX.

É preciso parar um pouco e olhar nossa história recente.

É preciso refrear o ritmo vertiginoso da vida atual, que nos obriga a saltar continuamente para frente, sem permitir deitar raízes, sem permitir o retomo as origens, sem permitir recuperar os poderes de renovação.

É preciso estabelecer novamente uma conexão com nossas raízes históricas e culturais. Somente elas poderão iluminar as forças contraditórias e as necessidades que nos inspiram e nos atormentam.

É preciso encontrar nossa identidade em meio à frenética dança impulsionada pela “high tech” que já nos ameaça com a informática, com a robótica, com a nanotecnologia, com a genética do amanhã, e do dia depois de amanhã; neuroticamente, já muito presentes em nosso dia-a-dia.

Como ser coerente diante de tanta incerteza e de tantas alternativas ainda tão pouco conhecidas em suas conseqüências?

Marx e Nietzsche e seus contemporâneos sentiram a modernidade num momento em que apenas uma pequena parte do mundo era verdadeiramente moderna.

Um século depois, quando o processo de modernização gerou uma teia da qual ninguém consegue escapar, a maioria de nós perdeu o controle sobre as contradições de nossas vidas cotidianas.

Tudo indica que chegamos a um ponto em que voltar atrás é, sem dúvida, uma maneira de seguir adiante.

Conhecer melhor os modernistas do século XIX talvez nos dê a visão e a coragem para entender os pós-modernistas do século XXI.

Este é o dilema deste Século e do Milênio.

Estamos, mais uma vez, diante da Esfinge: “Decifra-me ou te devoro“. Aquele que não decifrá-la será devorado.

Cá do meu canto, fico assuntando em como dar conta da extraordinária tarefa de escapar da Esfinge com coerência, sem perder a dignidade.

Rinaldo Barros, professor, escritor e consultor organizacional.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.