Introdução ao tema da FOME – Texto de um estudo publicado pela Universidade Federal de Pernambuco: O pernambucano Josué de Castro, cientista brasileiro de enorme reconhecimento mundial, nas primeiras décadas do século passado, escrevia “Metade da humanidade não come e a outra metade não dorme, com medo dos que não comem”

A Fome é a “diminuição da quantidade de alimento consumido por falta ou dificuldade de acesso”. Significa a situação em que uma pessoa fica, durante um período prolongado, carente de alimentos que lhe forneçam as calorias (energia) e os elementos nutritivos necessários à vida e à saúde do seu organismo. Os especialistas em nutrição diferenciam dois tipos de fome: a global e a parcial.

A fome global, também chamada fome energética ou calórica, é entendida quando o indivíduo não consegue ingerir alimentos necessários, para realizar as atividades do dia a dia, como andar, correr, falar e etc.”

E o que está acontecendo nesse nosso mundo? Estudo publicado nessa data pela BBC BRASIL (veja a seguir) está tendo uma grande repercussão em toda a mídia brasileira – jornais e tv deram no dia de hoje destaque para a matéria da BBC.

Metade da comida do mundo vai parar no lixo, diz relatório

Fonte: BBC Brasil

Promoções nos supermercados e preferências dos consumidores agravaram o problema

Um relatório de uma organização britânica indica que até metade de toda a comida produzida a cada ano no mundo, ou cerca de dois bilhões de toneladas, vão parar no lixo.

O documento, intitulado Global Food; Waste not, Want not (“Alimentos Globais; Não Desperdice, Não Queira”, em tradução livre), diz que o desperdício está ocorrendo devido a uma série de motivos, entre eles as condições inadequadas de armazenamento e a adoção de prazos de validade demasiadamente rigorosos.

Outro problema é a preferência dos consumidores por alimentos com um formato ou cor específicos. O estudo diz que até 30% das frutas, verduras e legumes plantados na Grã-Bretanha sequer são colhidos por causa de sua aparência.

O desperdício de alimentos também implica em desperdício de recursos usados para a produção deles, como água, áreas para agricultura e energia, alertou o relatório publicado pela Institution of Mechanical Engineers, uma organização que representa engenheiros mecânicos e reúne cem mil membros no Reino Unido.

Ofertas nos supermercados

A ONU prevê que até 2075 a população mundial chegue a 9,5 bilhões de pessoas, um acréscimo de 3 bilhões em relação à população atual, o que reforça a necessidade de se adotar uma estratégia para combater o desperdício de alimentos e, assim, tentar evitar o aumento da fome no mundo.

De acordo com o relatório, o equivalente a entre 30% e 50% dos alimentos produzidos no mundo por ano, ou seja, entre 1,2 bilhão e 2 bilhões de toneladas, nunca são ingeridos.

Além disso, nos Estados Unidos e na Europa, metade da comida que é comprada acaba sendo jogada fora.

“A quantidade de comida desperdiçada e perdida no mundo é assombrosa. Isto é comida que poderia ser usada para alimentar a crescente população mundial além de aqueles que atualmente passam fome.”

Tim Fox, diretor da Institution of Mechanical Engineers

Tim Fox, diretor de Energia e Meio Ambiente da Institution of Mechanical Engineers, disse que o desperdício é “assombroso”. “Isto é comida que poderia ser usada para alimentar a crescente população mundial além de aqueles que atualmente passam fome.”

“As razões desta situação variam das técnicas insatisfatórias de engenharia e agricultura à infraestrutura inadequada de transporte e armazenamento, passando pela exigência feita pelos supermercados de que os produtos sejam visualmente perfeitos e pelas promoções de ‘compre um, leve outro grátis’, que incentivam os consumidores a levar para casa mais do que precisam”, disse.

Água

O relatório alertou que atualmente 550 bilhões de metros cúbicos de água estão sendo desperdiçados na produção de alimentos que vão para o lixo.

E o problema pode se agravar. Segundo a Institution of Mechanical Engineers, o consumo de água no mundo chegará a até 13 trilhões de metros cúbicos por ano em 2050 devido ao crescimento da demanda para produção de alimentos.

Isso representa até 3,5 vezes o total de água consumido atualmente pela humanidade e gera o temor de mais escassez do recurso no futuro.

O alto consumo de carne tem grande influência nesse aumento de demanda, visto que a produção de carne exige mais água do que a produção de alimentos vegetais.

“À medida que água, terra e energia passam a ser mais disputados devido à demanda da humanidade, os engenheiros tem um papel crucial a desempenhar no sentido de prevenir a perda e o desperdício de alimentos, desenvolvendo formas mais eficientes de produção, transporte e armazenamento”, disse Fox.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.