Gestão Pública Eficaz - o desafio permanente da Qualidade de Vida ao cidadão.

A Gestão Pública não deixa de ser um processo complexo, mas pode ser melhor entendido quando o foco de todo o processo é a QUALIDADE DE VIDA do Cidadão em sua dimensão global. Na prática o que vemos é um processo centrado nas particularidades e desejos dos governantes e demais atores políticos e neste caso o resultado final tende a ser prejudicado. Nossa premissa básica é de que falta uma GESTÃO EFICAZ e competente para entender e praticar um processo que vai do Planejamento ao resultado final devidamente controlado e com espaços reais para a criatividade e inovação – sempre com foco no cidadão (ou cliente, como se fala na iniciativa privada).

O mestre Vicente Falconi, membro da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ, tem dito que não podemos ficar afirmando que a gestão pública é assim (lenta, improdutiva, etc) e não deve ser comparada com a gestão de uma empresa competente – ele discorda, e diz no contexto de sua entrevista a Revista Época Negócios, que o setor público pode ter bom planejamento, metas, objetivos e desafios com gente competente e motivada (meritocracia) da mesma forma que se faz nas melhores empresas.

Para melhor entendimento da nossa abordagem apresentamos a seguir um modelo simplificado de uma prática eficaz – Vejamos:

São 3 dimensões que orientam as ações ao Cidadão, nosso objetivo dentro da gestão pública.

Marcas de Governo – é esperado que as 5.570 prefeituras do país, por exemplo, tenham de forma consistente seus projetos estratégicos e táticos (gestão da rotina) perfeitamente alinhados com as necessidades e desejos da população. Os projetos representam o ponto de partida de uma gestão de sucesso pois errando no início todo o resultado final estará comprometido. A pergunta que fica é: Sabemos realmente planejar, definir metas e objetivos?

Capacidade de Governo – de nada adiantará a formulação de bons projetos se não há capacidade técnica para implantá-los, acompanhando seus resultados. Neste ponto é que se localizam os esforços de “fazer mais e melhor com menos”, ou seja, todos os esforços conjugados para a redução de custos, eliminação de processos desnecessários, controlar e minimizar as perdas. A gestão dos funcionários tanto na parte técnica como também no comportamento é de vital importância para a obtenção de excelentes resultados, atitudes preventivas e aproximação constante com o cidadão e suas necessidades. Nossa pergunta: Estamos prontos em termos de infraestrutura, organização e motivação dos colaboradores para gerir com competência os fatores que irão proporcionar Qualidade de Vida ao cidadão?

Governabilidade – O terceiro bloco  do quadro nos leva ao melhor da gestão política ou seja, a gestão praticada sem negociatas, arranjos e interesses particulares. Neste bloco se avalia a capacidade de articulação política do governante e o alinhamento das forças do ecossistema público na busca de objetivos comuns e compartilhados. Alguns governantes acreditam que tudo se resolve neste bloco deixando de considerar os demais, infelizmente. Adoram “fazer política” e abominam a necessária Gestão Eficaz. Pergunta final: Os governantes do seu estado (prefeituras e estado) estabelecem bons acordos políticos intimamente ligados às Marcas de Governo devidamente sintonizadas com as necessidades e desejos dos cidadãos?

Por fim, podemos afirmar que a população em geral está agoniada com tantas crises e incompetência dos “chefes” (não líderes) do ambiente da gestão pública antiga e viciada. Precisamos de uma nova era com a necessária competência demonstrada nos resultados reais do gerenciamento. Será possível? Nossos gestores públicos podem aceitar um novo modelo de gestão?

Getulio Apolinário Ferreira
Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa.