Faturamento da indústria tem maior queda mensal desde 2008, diz CNI

Fonte: Jornal do Empreendedor – Maio 2014.

O faturamento da indústria brasileira caiu 6,3% em março na comparação com fevereiro deste ano. Trata-se da maior retração mensal desde novembro de 2008, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou a pesquisa Indicadores Industriais. Caíram também as horas trabalhadas no setor (2,4%), a massa salarial real (2,4%) e o rendimento médio real (0,6%). Houve também redução do uso da capacidade instalada, que ficou em 80,9%, 1 ponto percentual abaixo do resultado de fevereiro. O emprego foi o único indicador a ter alta, de 0,3%.

FATURAMENTO E OUTROS INDICADORES

GAF 2014_001A queda no faturamento em março reverteu o crescimento de 4,4% registrado para o indicador em fevereiro ante janeiro. O cenário desaquecido no terceiro mês do ano não impediu o fechamento do primeiro trimestre com elevação da maior parte dos indicadores. Ante o mesmo período de 2013, houve alta de 2,7% no faturamento, de 3,7% no rendimento médio real, de 5,5% na massa salarial e de 1,7% no emprego. As horas trabalhadas recuaram 0,1%, ficando estáveis. A utilização da capacidade instalada ficou 1 ponto percentual abaixo da do primeiro trimestre do ano passado.

ESTAGNAÇÃO

Na avaliação do gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, apesar do resultado trimestral positivo, os números continuam a refletir estagnação na indústria. “Não houve muita mudança com relação ao que a gente vem reportando nos últimos meses e anos. Temos uma indústria praticamente estagnada desde 2010. A boa notícia é que você tem uma recuperação do emprego”, destacou.

Para ele, a alta mensal e trimestral é um movimento “suave”, mas que pode indicar “melhores expectativas da indústria com relação ao restante do ano”. O levantamento da CNI mostrou que, de 21 setores da indústria analisados, 12 mostraram alta trimestral no emprego na comparação com 2013. Entre eles, alimentos (elevação de 7,3%), equipamentos de transporte (5,2%), madeira (3,7%), químicos (2,9%), minerais não metálicos (2,5%) e vestuário (2,4%).

COMPONENTES IMPORTADOS

Danilo Garcia, economista da CNI, comentou o descompasso entre o crescimento do emprego e do faturamento e a produção desaquecida. Segundo ele, o fenômeno pode ter relação com o uso de componentes importados na produção. “Você continua vendendo o produto, mas usa mais componentes importados e diminui a parte que é feita aqui dentro. Isso pode estar gerando a diferença entre vendas, horas trabalhadas e produção”, disse.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.