O processo de Inovação tem sido muito discutido nos dias atuais entretanto vale ressaltar que o mesmo tem a idade do mundo, ou seja, nasceu com a invenção da roda ou até mesmo antes dela. A discussão dos dias atuais nos remete portanto à novas teorias e outros exercícios mentais para definir o que já foi definido lá atrás em milhões de anos passados. O resultado final é que estamos sempre buscando fazer as coisas de uma forma melhor e mais efetiva por absoluta necessidade de sobrevivência (a necessidade faz o sapo pular), ou no modo japonês, exercitar diariamente o KAIZEN – melhorias contínuas.

A ISO 9001 em sua revisão de 2.000 incluiu alguns pontos interessantes, e um deles foi a MELHORIA CONTÍNUA, que, segundo a própria norma deve ser entendido como:

O objetivo da melhoria contínua de um sistema de gestão da qualidade (com foco no cliente) é aumentar a probabilidade de melhorar a satisfação dos clientes e de outras partes interessadas. Ações para a melhoria incluem o seguinte:

a) análise e avaliação da situação existente para identificar áreas para melhoria;

b) estabelecimento dos objetivos para melhoria;

c) pesquisa de possíveis soluções para atingir os objetivos;

d) avaliação e seleção destas soluções;

e) implementação da solução escolhida;

f) medição, verificação e avaliação dos resultados da implementação para determinar se os objetivos foram atendidos;

g) formalização das alterações.

Os resultados são analisados criticamente, quando necessário, para se determinar oportunidades adicionais de melhoria. Desta maneira, a melhoria passa a ser uma atividade contínua. A realimentação dos clientes e de outras partes interessadas, as auditorias e a análise crítica do sistema de gestão da qualidade podem, também, ser utilizadas para identificar oportunidades de melhoria.

No contexto da GESTÃO EMPRESARIAL trazemos uma avaliação do processo de melhorias e INOVAÇÃO em dois atos baseados na experiência vivenciada nos últimos anos – vejamos:

GAF2013 - _009

O comportamento gerencial na figura acima pressupõe que somente a direção da empresa é que “pode pensar” e agir diretamente nas ideias estratégicas e inovadoras. Nesse caso, cumpre aos demais níveis hierárquicos a tarefa de conduzir a rotina no modo clássico da premissa “manda que pode, obedece quem tem juízo”. Nesse caso a tarefa de melhorar e inovar a empresa com foco no cliente é reservado apenas ao CEO e seus diretores, e como o tempo é curto, pois na maioria dos casos eles também se envolvem com a rotina (ver o gráfico), o índice de aproveitamento da criatividade e inovação é relativamente baixo. Esse comportamento está presente nas empresas e em especial em quase todo o ambiente das organizações públicas em todo o mundo.

A situação proposta ou objetivada nos leva a um novo desenho da atuação dos mesmos atores organizacionais com algumas poucas, mas fundamentais mudanças requeridas pelo mundo moderno. A velocidade e aumento da percepção do mercado em relação aos fornecedores mudou de forma radical nos últimos anos, especialmente impulsionada pela nova ordem digital.

GAF2013 - _010

No segundo ato, pequenas melhorias no desenho: De chefes para Líderes organizacionais. De chefes para treinadores de equipe multifuncionais. De chefes para facilitadores e promotores da criatividade e inovação.

Nota-se no desenho (fundo azul), o uso de métodos e técnicas que ampliam a execução da INOVAÇÃO em todos os níveis, ou seja, desde o Líder Executivo até o Colaborador. O sucesso da nova organização não depende apenas da aplicação do conceito de KAIZEN baseado em técnicas e métodos científicos, mas primordialmente pela ATITUDE da alta administração na busca de resultados em produtos, serviços e processos inovadores com base na sua liderança junto aos colaboradores em todos os níveis.

A migração do quadro 1 para o quadro 2 é uma questão de percepção de compromisso dos nossos dirigentes.

 

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.