“Eu não entrei nisso para pastorear cordeiros, eu entrei nisso para despertar leões. Quero escutá-los rugir: viva a liberdade! Viva a liberdade!” Essas foram as palavras de Javier Gerardo Milei em seu discurso de pré-candidatura.
A Argentina que conhecemos está sendo destruída, e o responsável por isso é Javier Gerardo Milei, atual presidente da Argentina. Economista de 53 anos, ele está determinado a não permitir que o país continue no mesmo caminho dos últimos 70 anos. Quem esse homem pensa que é, para aparecer do nada e querer mudar tudo? Neste artigo, quero alertá-lo sobre o plano de destruição de Javier Milei.
A Argentina é um país privilegiado. Há aproximadamente 135 milhões de anos, a América era unida à África, mas, ao longo de milhões de anos, se dividiu e se deslocou para o oeste, até romper com a Placa de Nazca no meio do Pacífico. Essa colisão, que ocorre há 66 milhões de anos, formou a Cordilheira dos Andes, uma cadeia de montanhas que influenciou profundamente a história dos argentinos.
A formação da Cordilheira foi crucial, pois permitiu o surgimento de vários rios que percorrem a América do Sul, convergindo em Buenos Aires, a capital da Argentina. Um dos mais importantes é o Rio de la Plata, que passa por Buenos Aires e Montevidéu, capital do Uruguai. Esses ventos e rios facilitaram o comércio, permitindo que a Argentina exportasse mercadorias para o mundo através do Oceano Atlântico.
Além disso, a Argentina possui excelentes condições climáticas que a tornam forte na pecuária, exportando carne para o mundo todo. No final do século XX, por volta de 1986, a Argentina era líder mundial na exportação de carne, linhaça e trigo.
Os argentinos também desfrutaram de uma política bem estabelecida pela Constituição de 1853, fortemente inspirada nos Estados Unidos, que garantia o livre comércio e a propriedade privada inviolável, princípios fundamentais do liberalismo. Como resultado, em 1986, a Argentina tinha o maior PIB per capita do mundo, com cidadãos mais ricos do que em qualquer outro lugar. Para se ter uma ideia, o PIB per capita argentino era quatro vezes maior que o do Brasil e duas vezes maior que o dos Estados Unidos.
Parecia inevitável que a Argentina se tornasse uma superpotência global. No entanto, a maior crise financeira da história, a Grande Depressão de 1929, atingiu o país. Com a quebra da Bolsa de Nova York, houve um colapso em série: pessoas não conseguiam retirar dinheiro dos bancos, empresas faliram, e o desemprego aumentou. Esse efeito dominó afetou o mundo inteiro, inclusive a Argentina, cujas exportações para a Europa foram paralisadas, resultando em uma crise severa.
Em meio a essa crise, surge a figura populista de Juan Domingo Perón, um militar argentino inspirado por Mussolini, que implementou fortes medidas de intervenção estatal na economia. A propriedade privada, antes inviolável, passou a ser relativizada, e as empresas deveriam servir aos interesses nacionais. Foram criados cargos públicos, estatizadas ferrovias, bancos, linhas telefônicas e companhias de eletricidade. Perón implantou um código trabalhista pesado, com benefícios, como 13º salário, folgas semanais, redução da jornada de trabalho, férias remuneradas e aumento do salário mínimo.
Essas medidas populistas pareciam resolver os problemas imediatos, mas criaram uma economia insustentável a longo prazo. O Instituto Argentino de Promoção do Intercâmbio (IAPI), criado para intermediar o comércio exterior, abriu portas para a corrupção e aumentou a burocracia, resultando em prejuízos cobertos pelo dinheiro dos contribuintes.
Assim, a participação da Argentina no comércio internacional de carne caiu de 40 para 19%, e na exportação de trigo de 19% para 9%. O número de funcionários públicos dobrou, de 200.000 para 395.000, enquanto o país empobrecia e os custos aumentavam. Para resolver esses problemas, optou-se por imprimir dinheiro, gerando uma enorme inflação, que empobreceu a Argentina nos últimos 70 anos.
Nesse cenário, Javier Milei, um economista libertário, surgiu como uma esperança. Com sua ascensão, o pensamento liberal ganhou destaque na Argentina. Ao assumir como deputado, ele encontrou um país extremamente endividado e começou a implementar suas ideias. Em 2023, venceu as eleições diretas.
Desde então, muitos questionam como está a Argentina na “Era Milei”. Entre suas ações, Milei cortou 7 mil funcionários públicos, reduziu repasses não obrigatórios para as províncias, suspendeu o orçamento para publicidade governamental, fechou metade dos ministérios e cortou obras públicas.
Mas essas medidas estão surtindo efeito? Para entender, precisamos olhar para os números. Seu antecessor, Alberto Fernández, deixou os cofres públicos com uma reserva de 11 bilhões de dólares negativos. Nos primeiros meses de 2024, a reserva estava em 4 bilhões negativos. Embora não seja ideal, isso mostra uma clara evolução econômica. Em maio de 2024, pela primeira vez em 16 anos, a Argentina apresentou superávit fiscal trimestral. Além disso, houve uma rápida recuperação das reservas internacionais e uma queda na inflação, de 25% em dezembro de 2023 para 8% em maio de 2024, segundo o FMI.
Após entrada de Javier Milei na presidência da Argentina passou a ser um país respeitado e mais confiável internacionalmente. Nos últimos anos a Argentina passou a ser conhecida mais pelo ritmo da inflação do que o do tango, o país que aprendeu a tornar normal, a fome, o desemprego, foi isso que aprendemos a chamar a Argentina, o país “barato”. E por mais que o desafio seja grande, é essa a Argentina que Milei está destruindo a cada novo dia. Afinal só assim um país pode viver. Viva a liberdade.