Os sete desperdícios da manufatura - filosofia Lean

Juran, o guru americano da Qualidade. já dizia que “antes de melhorar os processos é preciso parar de perder” numa clara alusão ao modo gerencial insensível a um grande volume de perdas em todos os processos empresariais. O TPS, ou seja, o Sistema Toyota de Produção tem verdadeira obsessão no ataque às perdas, desperdícios, falhas e todo tipo de não conformidades visíveis e invisíveis. Desempenhos de alto nível e produtividade preconizados no TPS nos levam ao modelo de Manufatura Classe Mundial (World Class Manufacturing) que dá suporte ao processo contínuo de melhoria do valor agregado ao mercado com a constante redução dos custos, de forma científica e organizada, que por sua vez nos traz produtividade e competitividade nos vários níveis de competição empresarial ou organizacional.

Alerta Geral: Estamos acomodados com perdas em níveis percentuais, enquanto que as empresas classe mundial trabalham com o 6 sigma, ou seja, metas de 3 a 4 defeitos para um milhão de tentativas.

A hora da reação, e que depende somente de nós, é agora!

Vamos aos 7 desperdícios:

Reflexão: “Precisamos aprender a trabalhar no sistema, o que significa que todos, toda equipe, toda plataforma, toda divisão, todo componente existe não apenas para gerar lucro ou reconhecimento individual competitivo, mas para contribuir para o sistema como um todo dentro de uma estrutura de ganhos mútuos (ganhar-ganhar).” W Edwards Deming

GAF_2017.04.08_23h08m58s_008_

1º Excesso de Produção (Superprodução): produção acima da demanda;

2º Tempo de espera (de materiais e pessoas): refere-se a materiais e pessoas paradas aguardando a operação anterior ou a próxima a ser realizada;

3º Transporte: Deslocamento excessivo de materiais e produtos: todo o deslocamento desnecessário entre uma operação e outra, aumenta o risco de perdas, danos e atrasos, além de não agregar valor algum ao produto final;

4º Movimentação/movimentos excessivo de pessoas: está relacionado à ergonomia do colaborador, ou seja, toda vez em que um colaborador tem que se abaixar/esticar, carregar algo ou caminhar além do necessário p/ a execução de uma determinada operação;

5º Processos Ineficientes ou Inapropriados: Processos que não agregam valor pelas pessoas e pelas máquinas. São operações que existem apenas p/ corrigir alguma falha/ineficiência em um determinado processo ou que são realizadas com equipamentos de custo/tecnologia/precisão além do necessário.

6º Estoques (Matéria-prima, Produto Acabado e em Processo): são consequência direta do 1.º e 2.º e, além de ocuparem espaço, atrapalham o fluxo contínuo de todos os processos, ocultando os seus reais desperdícios;

7º Quebras e perdas, defeitos e Não-Conformidades: ao se produzir produtos defeituosos, além de se gerar sucata, gera-se também mão-de-obra extra p/ receber a devolução, selecionar/sucatear, reinspecionar, reagendar e entregar novamente o produto, além dos casos de multas previstas em contratos de fornecimento.

Neste momento de alta competitividade no mundo não podemos mais esperar  que as políticas de governo sejam favoráveis e que faça bom tempo. Nossa oportunidade de melhoria e aumento da competitividade está muito mais próxima de nós e de nossas empresas do que imaginamos. Faça valer este check list na sua e veja o resultado. Com certeza, teremos muito trabalho pela frente.

Fontes: Edson Miranda, Artigos Gestão Moderna no Linkedin e TPS Lean Seis Sigma, Rampersad, Hubert e El-Homsi, Anwar – Qualitymark Editora, 2012, Deming, W. Edwards – Out of the Crisis.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.