Nosso amigo e colaborador, Omar Souki – Engenheiro, Escritor, palestrante e consultor empresarial atuando em todo o Brasil.

Uma amiga me disse:

“Investimos errado há cinco anos e agora estamos trabalhando para recuperar o prejuízo”. Um amigo me segredou: “Estou correndo muito para perder de pouco”. Outro: “Agora que estava pronto para deslanchar, descobri que meu sócio não é confiável”.

Se prestar atenção à sua volta vai escutar coisas semelhantes. Vai descobrir que as pessoas estão embrenhadas em uma selva de desafios. Mesmo aquelas que estão sempre alegres e otimistas, que parecem viver em um mar de rosas, também têm os seus tropeços. A pergunta recorrente é, portanto: Por que temos tantos problemas?

Napoleon Hill passou 25 anos pesquisando pessoas bem sucedidas. Durante esse tempo ele mesmo, faliu várias vezes. A sua família achava estranho como alguém tão focado no sucesso pudesse falhar tanto. Mas, depois que publicou sua obra A lei do triunfo, onde relatava os resultados de seu estudo, conquistou um lugar ao sol. Sua obra fez jus ao nome e foi um enorme triunfo em vários paises. Ele disse:: “O que eu olhei como fracasso em minha juventude foi para mim apenas uma mão bondosa e invisível, que me deteve em um curso de vida que escolhera e, com imensa sabedoria, forçou-me a uma nova direção dos meus esforços, de maneira muito mais vantajosa”.

Henry Ford, contemporâneo de Hill, também teve sua dose de desafios. Nem por isso desistiu. Chegou até mesmo a afirmar: “Um verdadeiro exame de todas as nossas experiências passadas pode nos revelar o fato surpreendente que tudo o que nos acontece é para o nosso próprio bem”.

Suas vendas estão diminuindo? Está enfrentando problemas em casa e no trabalho? Quer estudar, mas não encontra tempo? Quando tudo ia bem, descobriu que tinha uma doença séria?

Saber lidar com essas questões faz parte da arte de viver. Às vezes, nos encontramos em verdadeiros becos sem saída. Parece que está tudo contra nós. É, justamente, nesses momentos que devemos agradecer a Deus, pois, o fato de termos problemas nos diz exatamente isso: estamos vivos. Só existe um lugar no mundo onde não mais existem desafios: o cemitério. Lá está tudo resolvido.

Ao voltar do espaço, os astronautas chegam com os músculos debilitados. A falta de gravidade enfraquece o corpo. Precisam de um tempo para recuperar o tônus muscular. Mas, muitas vezes, consideramos a gravidade como um estorvo. As coisas caem e quebram, tropeçamos e nos machucamos. Até chegamos a pensar: “que bom seria se não houvesse gravidade”. Seria o mesmo que desejar uma vida sem problemas. Isso não é possível, pois os desafios fazem parte da nossa existência. Mais ainda, estimulam nosso crescimento e nossa vitalidade. Desenvolvemos nossa criatividade à medida que enfrentamos nossas dificuldades de frente.

Veja o que chamo de método dos 5 “Is” para a solução criativa de problemas:

Imersão. Quando o problema aparece, muitas vezes, nos toma de surpresa. Vem sem avisar. Ficamos imersos nele. Olhamos para a questão de vários ângulos. Falamos com conhecidos, com amigos e com especialistas. Tomamos plena consciência de que temos que fazer alguma coisa—mas ainda não sabemos o que.

Incubação. Não haja de imediato. A primeira tentação é sair dando tiro em todas as direções. Não faça isso. Pare e tome distância do problema. Vá para um lugar distante. Imagine que você está na lua e de lá observa sua vida na terra. Tudo parece menor. Seu problema diminui de tamanho. Essa distância é fundamental. Se não der para esperar muito, pelo menos espere até o dia seguinte. Uma noite bem dormida pode fazer uma enorme diferença.

Insight (inspiração). É o momento em que as possíveis soluções começam a brotar. Isso pode vir através da conversa com um amigo ou com um especialista, ou mesmo através de um sonho. Após distanciar-se do problema você dá tempo à sua mente e ao seu coração para se recuperarem do estresse causado por ele. Muitas vezes a solução aparece quando você está ocupado com outra coisa, passeando, ou praticando seu esporte favorito.

Inovação. A solução não vem totalmente acabada. Podemos ir trabalhando na questão e, com o tempo aprimoramos nossa abordagem. Atacamos o problema por partes. Temos uma primeira idéia e depois modificamos.

Implantação. Depois que estamos satisfeitos com a solução encontrada, partimos para a ação decisiva. É agindo, de forma inteligente, que conseguimos solucionar nossas dificuldades. A ação é fundamental, desde que esteja enraizada em reflexão e planejamento. Esta fase é crucial, pois, assim como não devemos agir de impulso, também não podemos nos imobilizar frente aos desafios da vida. Agora, sim, você está pronto para enfrentar seus desafios com coragem e vigor—sempre pensando: “Eu me levanto todos os dias para vencer!”.

Getulio Apolinário Ferreira Colunista
Colunista
Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa.