Má qualidade de serviços derruba crescimento do País – fonte: Agência Estado

O artigo que veremos a seguir traz à tona a velha discussão dos investimentos em QUALIDADE e PRODUTIVIDADE que vem sendo trabalhados com grande ênfase por profissionais técnicos, consultores, empresas e setor público. Evidentemente, pelo teor e resultados apresentados nesse momento, os esforços ainda não surtiram os efeitos desejados e necessários, é preciso ainda muito esforço e dedicação.  Também sabemos, pela vivência dos últimos 30 anos, ou mais, que não haverá ganhos signficativos em Produtividade e Resultados, sem investimentos na Educação e Capacitação.

Segundo a reprotagem, o setor de serviços, que representa hoje quase 70% da economia, é o principal responsável pelo crescimento brasileiro ter despencado a partir dos anos 80. Enquanto a produtividade do setor de serviços na Coreia do Sul subiu 123% entre 1950 e 2005, a do Brasil caiu 9% no mesmo período. Em 1950, a Coreia era menos desenvolvida que o Brasil e hoje é o exemplo mais marcante de país pobre que se tornou rico no pós-guerra.

O péssimo desempenho da produtividade no setor de serviços brasileiro é um dos temas do livro Desenvolvimento Econômico: uma perspectiva brasileira, que chegou na semana passada às livrarias. O problema continua atual. Os serviços, que tiveram crescimento zero no terceiro trimestre, voltam a ameaçar o crescimento da economia brasileira, mesmo a um ritmo muito mais modesto do que o do período de 1950 a 1980.

(Sinopse do Livro: Desenvolvimento econômico tem sido central nas discussões sobre o futuro da economia brasileira. Nesta obra os organizadores, e uma grande equipe de autores, aliam teoria, história e evidências empíricas para oferecer ao leitor um entendimento preciso da trajetória do desenvolvimento econômico do Brasil.

O grande número de autores reflete no livro a pluralidade de visões sobre o tema o que auxilia o leitor na formação de um entendimento abrangente sobre o Desenvolvimento Econômico. Os organizadores conseguiram alinhar os textos de maneira coesa e harmoniosa.

Seus 12 capítulos podem ser divididos em 3 partes principais sendo que a primeira, introdutória, trata do pano de fundo para as análises seguintes abordando o desenvolvimento em perspectiva teórica e comparada; A segunda parte trata da perspectiva brasileira abordando o período pré 1945, o crescimento no Pós-Guerra e das grandes mudanças nos regimes de política econômica e ordem institucional e seus impactos no desenvolvimento. Nessa parte ainda estão presentes avaliações empíricas sobre o papel da educação, os modelos de fontes do crescimento e análise histórica dos períodos do milagre; da estagnação e da retomada do crescimento.)

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a uma média anual de 7,4% nos 31 anos de 1950 a 1980, e a uma média de 2,7% em igual número de anos entre 1981 e 2011. Hoje, a renda per capita brasileira é cinco vezes maior do que a de 1950. Se o Brasil tivesse mantido o ritmo de crescimento de 1950 a 1980, a renda per capita teria aumentado 14 vezes.

Segundo o economista Fernando Veloso, um dos organizadores e coautor de dois capítulos do livro, “a razão principal pela qual o Brasil parou de crescer na década de 80 é que a produtividade do setor de serviços desabou”. O setor de serviços é responsável hoje por 67% do PIB e abriga quase 70% dos trabalhadores brasileiros.

Veloso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, considera que o fiasco na produtividade do setor de serviços no Brasil deve-se a carências históricas de educação. De 1950 a 1980, a economia cresceu com a transferência de trabalhadores da agropecuária, menos produtiva, para os outros setores. A partir de 1980, o crescimento passou a depender mais do aumento da produtividade, isto é, da eficiência.

Em 1965, um trabalhador do setor de serviços da Coreia do Sul produzia em média o equivalente US$ 13.950 por ano, e um trabalhador brasileiro do mesmo setor produzia US$ 21.437. Em 1980, o produto médio do trabalhador coreano subiu 39%, para US$ 19.040, e o do brasileiro elevou-se 51%, para US$ 32.264.

A partir daí, porém, o quadro mudou. A produtividade do trabalhador coreano em serviços continuou a crescer, e em 2005 (último dado da série) ele produzia o equivalente a US$ 31.163 por ano, 60,1% a mais do que em 1980, e 123% a mais do que em 1965. Já a produtividade do trabalhador brasileiro em serviços despencou quase 40%, e em 2005 o produto anual médio caiu para US$ 19.481 – 9% menor, até mesmo, que o de 1965.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Também publicado no Jornal Hoje em Dia, Revista Isto É, e também no portal R7.

Getulio Apolinário Ferreira

Colunista

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.

Escritor pela Qualitymark Editora, Consultor organizacional, Engenheiro na linha da gestão japonesa com dois estágios no Japão nas áreas de projetos criativos dos Thinking Groups da Kawasaki Steel, Qualidade Total, Kaizen/Inovação e programas Zero Defeitos estabelecendo um forte link com o Programa de Qualidade Total da CST, hoje Arcelor Mittal. Getulio participa também, com muita honra, da Academia Brasileira da Qualidade – ABQ onde estão os profissionais de maior destaque nas áreas da Qualidade e Inovação do Brasil.