Economia

Armazéns da Codesa vão ser restaurados e poderão receber shows e eventos

Presidente do Conselho de Administração da companhia confirmou que os espaços poderão receber apresentações artísticas

Tiago Alencar

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação Codesa
Do lado esquerdo da foto, os armazéns que serão recuperados para fins culturais

Inativos há pelo menos uma década, os armazéns da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), localizados no Centro de Vitória, passarão por obras de recuperação e poderão receber shows e eventos culturais.

A informação foi confirmada à reportagem do Folha Vitória pelo presidente do Conselho de Administração da Codesa,  João Nogueira Batista, nesta segunda-feira (13), durante assinatura do memorando de entendimento, entre a VLI – companhia de soluções logísticas que integra portos, ferrovias e terminais – e a Codesa, visando às obras de expansão do novo Porto de Vitória.

"Vamos, primeiro fazer a reforma estrutural dos galpões, porque eles estão muito danificados. Depois, junto com o governo do Estado, precisamos pensar em um projeto mais completo de aproveitamento desses galpões. Mas o governo tem a ideia de colocar orquestra lá. Também queremos trazer a sede da Codesa para lá. Vai ser multiuso", disse.

Nogueira foi questionado se há um prazo definido para o início das obras, bem como se a nova diretoria da Codesa, juntamente com o governo do Estado, já conta com um projeto físico que trate sobre a recuperação dos armazéns. Ele afirmou que todas essas questões ainda estão em fase de discussão.

"A Secretaria de Cultura ainda precisa aprovar essa parte estrutural, e aí, pensar de forma organizada nesse aproveitamento dos galpões, para que a sociedade civil também se beneficie", afirmou.

Codesa foi leiloada por mais de R$ 100 milhões

Em março do ano passado, a Codesa foi vendida por R$ 106 milhões em um leilão. A concessionária vencedora do certame vai administrar os portos de Vitória e de Barra do Riacho por 35 anos.

Disputado por duas empresas, o certame teve quatro dezenas de lances e chegou a uma outorga de R$ 106 milhões.

Com a desestatização, a Codesa deixou de ser uma empresa pública e tornou-se de capital privado, após o pagamento de R$ 326 milhões por suas ações. A nova companhia virou concessionária dos dois portos, com fiscalização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

De acordo com o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, com os investimentos previstos, será possível dotar os portos de Vitória e de Barra do Riacho das melhores práticas e tecnologias existentes no mundo hoje

“A bem-sucedida desestatização da Codesa nos mostra que o futuro da infraestrutura de transportes está cada vez mais próxima da gente. Na prática, é desenvolvimento, empregos e aprimoramento de toda a cadeia logística brasileira”, afirmou à época.

Estruturação

A desestatização  da Codesa também previa a vedação de demissões do atual quadro de funcionários sem justa causa por 12 meses e apresentação de um Programa de Incentivo ao Desligamento Volutário (PIDV), a ser custeado por até 10% das ações vendidas pela União (cerca de R$ 32,6 milhões).

"Conseguimos estruturar um contrato em que prevemos geração de caixa desde o início com um crescimento de 171% em 10 anos. Tudo isso com redução nas tarifas vigentes e mais de R$ 850 milhões em investimentos. Esse é o peso do Custo Brasil que estamos começando a tirar da cadeia logística nacional, com reflexos em todo o setor produtivo", afirmou o então diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, Fábio Abrahão, em março do ano passado.