Quais profissões terão espaço garantido no futuro? Saiba como se preparar!
Segundo especialistas, para permanecer no mercado é preciso aliar a tecnologia com a atividade executada nas profissões existentes, além de capacitação
Certamente você já deve ter se perguntado sobre quais profissões terão espaço garantido no futuro do trabalho. É até um pouco difícil dar certeza quais profissões surgirão ou deixarão de existir. Fato é que a tecnologia avança em uma velocidade muito grande e, segundo especialistas, o segredo para permanecer no mercado é aliar os avanços tecnológicos com a atividade executada nas profissões existentes, além de muita busca por capacitação.
Segundo pesquisa do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), da Fundação Instituto de Administração (FIA), as profissões mais promissoras para os próximos dez anos pertencem as áreas de engenharia, ecologia, sustentabilidade, saúde e qualidade de vida, recursos humanos, tecnologia da informação e marketing.
De acordo com os futuristas, as principais previsões para as profissões do futuro estão ligadas ao desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial, além do salto de atividades que demandem relacionamento e criatividade, habilidades essencialmente humanas.
Outro ponto importante é a preocupação com o meio ambiente. Isso dará luz às profissões ligadas à preservação da natureza e consumo sustentável. Também aparecem nesse cenário as profissões que têm como objetivo disseminar conhecimento pela internet, principalmente as atividades relacionadas à utilização de realidade virtual.
Como estar preparado para esse futuro?
Segundo Larissa Aquino, diretora de comunicação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), o futuro já começou e muitas profissões, algumas, inclusive, que o ser humano ainda nem tem conhecimento, vão surgir. Ela explica que o segredo para estar preparado para esses acontecimentos é a preparação, que pode ser feita com networking, cursos de qualificação, acompanhamento do mercado, dentre outros.
"Acredito que a tecnologia está chegando para ser uma grande parceira ajudando a simplificar processos, a desburocratizá-los e a torná-los mais eficientes. Contudo, a tecnologia também traz desafios em relação às profissões. Porém, o mais importante nesse processo é a gente se preparar para acompanhar o que já vem acontecendo e o que ainda vai surgir no futuro. É fundamental que estejamos sempre nos preparando, estar sempre antenado do que está acontecendo no mercado, fazendo conexões com pessoas, trocando experiência, nos desenvolvendo para que a gente consiga acompanhar esse movimento e esteja preparado para receber esse futuro que já chegou e ainda vai trazer muitas novidades", afirma Larissa.
A profissional de recursos humanos explica que, nesse mundo tão tecnológico, o profissional precisa deixar sobressair as competências humanas. Nesse ponto entra as chamadas soft skills, termo em inglês usado por profissionais de recursos humanos para definir habilidades comportamentais e competências subjetivas difíceis de avaliar.
"A parte técnica é muito importante, que são as chamadas hard skills. Mas as habilidades comportamentais também estão muito em evidência e vão estar cada vez mais, principalmente com essa questão da tecnologia, porque os robôs vão automatizar muita coisa, mas a questão do sentir, a consciência humana, isso só o humano tem. Essas habilidades socioemocionais e a disposição para aprender e se capacitar estarão em evidência nas profissões do futuro", comenta Larissa.
Confira no áudio a análise da profissional sobre o que esperar do futuro
Capacitação
Conforme sinaliza Larissa Aquino, uma habilidade não exclui a outra. Soft skills e hard skills são competências que serão cada vez mais exigidas nas profissões do futuro. Ela fala da profissional em recursos humanos sobre aprender e se capacitar é a peça chave para que profissionais de uma determinada área não percam seus espaços no futuro do trabalho.
O relatório “The Future of Jobs Report 2018”, do Fórum Econômico Mundial, apresenta uma importante reflexão envolvendo tecnologia, empregos e habilidades: “novas tecnologias podem orientar o crescimento dos negócios, a criação de empregos e a demanda por habilidades específicas, mas também pode impulsionar grandes transformações quando certas atividades tornam-se obsoletas ou são automatizadas. O "gap" de qualificação – tanto entre os trabalhadores quanto entre os líderes – pode acelerar as tendências para automação em alguns casos, mas também pode criar barreiras à adoção de novas tecnologias e, portanto, ao crescimento do negócio”.
A gerente acadêmica da Faculdade Estácio de Vitória (FEV), Marisa Rocha, reforça que os profissionais que querem suas profissões vivas no futuro devem se capacitar. Ela explica que é necessário que esses profissionais se qualifiquem tecnicamente, mas eles também precisam se destacar com suas habilidades interpessoais.
"É demanda das empresas que os profissionais sejam capacitados na sua atuação técnica e também nas relações interpessoais. O profissional precisa estar em dia com a sua atuação prática, buscando sempre atualizações da sua área. Além disso, é fundamental que o profissional tenha habilidades para trabalhar em equipe, construir uma equipe de trabalho, vivenciar momentos de conflitos, praticar resiliência... A soma de todas essas competências, que são adquiridas por meio da qualificação, é importante para que o profissional tenha sucesso no mercado de trabalho. Aqui na Estácio nós trabalhamos bastante em cima dessas duas partes para que os alunos saiam da faculdade cada vez mais preparados para lidar com as constantes mudanças do mercado de trabalho", diz Marisa.
Como aliar a tecnologia à sua atividade?
Um exemplo de uso da tecnologia em favor da sua atividade é o gerente de vendas no setor imobiliário Renato Ribeiro. No cargo em que ocupa há 25 anos, ele diz que viu a profissão de corretor imobiliário passar por muitas transformações ao longo dos anos. Para ele, a tecnologia é uma forte aliada da profissão nos dias atuais.
"O corretor precisa ter conhecimento de informática e, principalmente, ter presença digital. A tecnologia nos permite impulsionar bastante as vendas por meio das redes sociais. O profissional da nossa área tem que estar sempre se qualificando. Temos muitas ferramentas de vendas disponíveis no mercado. Eu já estou com 63 anos, mas a cada dia eu aprendo mais", diz.
O presidente em exercício do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região/ES (CRECI/ES), Luiz Carlos Tófano, concorda e acrescenta que esse investimento em marketing por meio de plataformas digitais é vital para que o profissional corretor de imóveis se mantenha no mercado. "Sem redes sociais não dá para permanecer. Esse tipo de tecnologia vem para somar e é extremamente necessária", diz.
Assista ao vídeo abaixo: