Você sabe qual é o perfil do profissional do futuro?
Especialistas garantem que as 'hard skills' e 'soft skills' são fundamentais para que qualquer profissional consiga sobreviver no mercado de trabalho do futuro
O escritor e futurista norte-americano Alvin Toffler definiu bem quem serão os analfabetos do século 21: "aqueles incapazes de aprender, desaprender e reaprender”. Entender qual o tipo de demanda você precisa responder e se adaptar através de suas habilidades é o grande desafio do profissional do futuro. É isso que fará diferença entre obter o sucesso ou não em um mercado de trabalho tão fluido.
Nos últimos tempos tem se falado bastante sobre hard skills e soft skills, que são competências técnicas e socioemocionais adquiridas por um profissional. A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo (ABRH-ES), Kátia Vasconcelos, afirma que o mercado de trabalho viveu e ainda vive um momento de muitas transformações e quem não perceber essas mudanças e tratar de acompanhá-las estará fora do jogo.
"A gente viveu no mundo da gestão, nas relações de trabalho, mais de 100 anos dentro de um processo evolutivo, mas com uma evolução muito linear. Nos últimos 30 anos vimos isso ser transformado de forma mais intensa e, especialmente, nos últimos 10 anos a gente tem visto as relações de trabalho serem afetadas por transformações do mundo até antes não observadas", diz.
A profissional em recursos humanos ressalta que o nosso modelo de educação sempre valorizou o desenvolvimento das habilidades técnicas. No entanto, as competências socioemocionais ganharam destaque no mercado de trabalho e hoje são fundamentais para as grandes empresas.
"Se percebeu que a técnica é importante, mas ela, por si só, não vai assegurar a qualidade de um serviço, a produção de um bem. O que assegura a excelência de um serviço ou produto é a qualidade do atendimento, da escuta, da capacidade de empatia... Mais recente ainda tem se falado das habilidades essenciais, que são aquelas que não podem faltar em um profissional na relação com o humano, como percepção do que as pessoas realmente querem dizer, por exemplo. É um nome que temos dado para uma coisa que parece nova, mas que há muito tempo é dito que organizações e pessoas só farão sucesso se centrarem nas suas competências essenciais", conclui a presidente da ABRH-ES.
O diretor de marketing da Faculdade UCL, Sandro Lobato, explica que inserir a aprendizagem de soft skills em cursos com padrão técnico é uma mudança cultural. Segundo ele, existem algumas formas de tratar as habilidades emocionais, uma delas é a inserção de um conjunto de disciplinas que vão prover essas questões emocionais durante o curso.
"Um exemplo é a disciplina de empreendedorismo e jogos de negócios, isso traz uma visão de proatividade para o aluno, uma visão de desenvolver novos negócios e soluções. Assim como essa, temos uma série de outras disciplinas que caminham em paralelo com as disciplinas técnicas de cada curso. Uma outra forma de desenvolver habilidades emocionais é com os projetos dentro do curso. É o que chamamos de projetos interdisciplinares e integradores, que desafiam o aluno a trabalhar em equipe, mostrar proatividade, dentre outros", ressalta Lobato.
A importância dessas habilidades é tão grande que muitas empresas investem no treinamento e capacitação de seus próprios funcionários. A Ballpark, empresa com foco em aulas de inglês para negócios e in company, é uma peça chave para esse tipo de capacitação. "As empresas que atendemos entendem essa necessidade do mercado. Nessas instituições vemos uma evolução muito grande nos alunos que fazem o curso, principalmente os que se empenham além das aulas. Temos retornos relacionados a promoções dentro das empresas e também relatos de desempenho da rotina com mais facilidade", afirma Júnior Cardoso, sócio-diretor da Ballpark.
Dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue apontam que a educação bilíngue no Brasil cresceu até 10% em 2018. Guilherme Pereira, diretor franqueado Uptime Vila Velha, frisa que o motivo desse crescimento é que dominar o inglês se tornou uma habilidade essencial para diversas profissões. "O mercado de trabalho exige o domínio do inglês. Para que o aprendizado seja eficaz, temos planos diferentes para cada perfil de aluno. Muitas profissões têm o inglês como habilidade obrigatória", fala Pereira.
Mas atenção, uma habilidade não exclui a outra, ambas são essenciais para que o profissional tenha destaque no concorrido mercado de trabalho, em especial no momento que vivemos tantas mudanças. A gerente acadêmica da Faculdade Estácio de Vitória (FEV), Marisa Rocha, reforça que não basta que os profissionais tenham apenas conhecimento técnico de sua área, eles precisam ir além. "É necessário que esse profissional seja qualificado tecnicamente, mas ele também precisa se destacar com suas habilidades interpessoais".
Confira mais sobre essas habilidades no vídeo abaixo:
Veja o tutorial abaixo: