Confira dicas para não cair em golpes aplicados via Pix
Criminosos têm utilizado a ferramenta como meio para realizar transferências irregulares de dinheiro ou conseguir dados pessoais e bancários dos consumidores, com o objetivo de roubar senhas e efetuar fraudes
Desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, há pouco mais de um ano, o Pix revolucionou a forma de receber e efetuar pagamentos. Por meio da ferramenta, consumidores passaram a conseguir fazer transferências e pagamentos para qualquer instituição financeira em questão de segundos. E melhor, sem custos.
No entanto, criminosos têm se aproveitado dessa facilidade para aplicar golpes, que têm se tornado cada vez mais frequentes. Eles utilizam a ferramenta como meio para realizar transferências irregulares de dinheiro ou conseguir dados pessoais e bancários dos consumidores, com o objetivo de roubar senhas e efetuar fraudes.
Com a chegada da semana do consumidor, celebrada desde a última segunda-feira (14), diversas ofertas começam a surgir nas lojas e nas redes sociais. Para não sofrer prejuízos, é preciso que o consumidor fique alerta para algumas fraudes que estão sendo cometidas.
De acordo com o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES), um golpe muito comum está relacionado ao recebimento de link por SMS. O consumidor recebe uma mensagem de texto informando que um valor sairá da sua conta e que, caso não reconheça a transação, deve clicar em um link.
Também são enviadas mensagens informando que há um Pix programado em nome de terceiros e que, para cancelar, o consumidor deverá clicar em um link.
Ainda ocorre o recebimento de mensagens por e-mail, tendo como remetente o nome de uma empresa conhecida, afirmando que o destinatário teve sua conta bloqueada e que para desbloquear deve-se clicar em um link malicioso.
Outro golpe que envolve transações via Pix é a clonagem de WhatsApp. Sem perceber tratar-se de uma fraude, o consumidor repassa para os criminosos os códigos de autenticação do aplicativo e, a partir daí, os bandidos se passam pela pessoa e pedem dinheiro emprestado para contatos conhecidos, por meio de transferências via Pix.
Ainda há o “golpe do perfil falso” e o “troquei de número”, que não envolve a clonagem da conta do WhatsApp. Criminosos utilizam dados e fotos obtidas de redes sociais, conseguem o contato de amigos e parentes da vítima e tentam convencê-los de que o número de celular é novo e pedem dinheiro via Pix.
Nesse caso, a orientação é ligar para a pessoa e verificar se o pedido é verdadeiro. Além disso, é importante ativar o duplo fator de autenticação nas configurações de privacidade da sua conta.
Também tem sido aplicado o golpe do “bug do Pix”, no qual os criminosos induzem a pessoa a acreditar em um suposto erro do sistema para aplicar a fraude.
Outra dica importante é conferir seus dados e os do destinatário antes de confirmar um Pix como, por exemplo, verificar se o site ou a plataforma são mesmo do seu banco.
“O Pix é novidade, mas os cuidados que você deve ter para não cair em golpes são os mesmos de sempre”, afirmou Patrícia Chagas, gerente do Procon de Viana.
Patrícia orienta ainda que, para continuar aproveitando o Pix com todas as suas vantagens em segurança, o consumidor deve desconfiar de ofertas imperdíveis e promessas de grande retorno financeiro. Ao fazer uma compra on-line, pesquise sobre o ofertante em sites especializados.
Os dados pessoais também devem ser protegidos. Portanto, a orientação é nunca compartilhar dados de usuário e senhas com terceiros, principalmente por telefone ou mensagem.
Além disso, o consumidor deve ficar atento e nunca anotar senhas em papel, celular ou computador. É importante também criar senhas complexas, sem dados pessoais ou números repetidos ou sequenciais.
Por fim, em caso de dúvidas, entre em contato com o seu banco pelos canais de atendimento oficiais e confirme as informações para cair em golpes.
Bancos podem ser responsabilizados por perdas decorrentes de golpes
O diretor-presidente do Procon-ES, Rogério Athayde, ressaltou que o Código de Defesa do Consumidor é claro ao estabelecer a responsabilidade objetiva do fornecedor, sendo seu dever arcar com eventuais prejuízos decorrentes dos serviços ofertados e prestados.
“Os bancos serão responsabilizados pelas perdas e prejuízos que o consumidor tiver decorrente de qualquer tipo de golpe em decorrência do uso do Pix. Sob hipótese alguma, tais instituições podem alegar ausência de responsabilidade, o que ocorreu, infelizmente, com certa frequência”, ressaltou.
Athayde disse ainda que criminosos têm reinventado novas formas de aplicar golpes. “É importante que o consumidor esteja atento e desconfie de mensagens que o induzam a informar os seus dados pessoais, bancários, senhas, chaves de acesso da ferramenta ou solicitações de certas quantias em dinheiro. Para a sua segurança, caso queira, o consumidor poderá ainda solicitar ajustes nos limites estabelecidos, devendo a instituição financeira acatar imediatamente a solicitação caso o pedido seja para redução de valor para transferência via Pix”, alertou.
Caso o consumidor seja vítima de algum golpe, deverá registrar imediatamente um boletim de ocorrência, comunicar à instituição financeira e denunciar o fato aos órgãos de defesa do consumidor.
Veja dicas para evitar fraudes por meio do Pix:
- Confira o remetente dos e-mails recebidos e não acesse páginas suspeitas;
- Nunca clique em links recebidos por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou SMS para cadastro da chave Pix ou para cancelamento ou confirmação de transações;
- Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, Internet Banking ou agências;
- Nunca compartilhe o código de verificação recebido quando você realiza o cadastro da chave Pix;
- Não faça qualquer tipo de cadastro no Pix a partir de ligações telefônicas ou contatos pelo WhatsApp;
- Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo;
- Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar por ligação ou pessoalmente que realmente se trata da pessoa em questão, pois o contato da pessoa pode ter sido clonado ou falsificado.
Com informações do Procon-ES e da Prefeitura de Viana