Economia

Com gasolina beirando R$ 6, motoristas do ES já sentem impacto de reajuste

Em alguns postos de Vitória, o valor do litro da gasolina chega a R$ 5,99 o litro, considerado abusivo por consumidores

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória

Motoristas do Espírito Santo ficaram indignados com o aumento exponencial no preço dos combustíveis. As reclamações chegam após o retorno da cobrança dos impostos federais, que começou na última quarta-feira (1º), e culminou no aumento de R$ 0,47 no preço da gasolina e outros R$ 0,02 no etanol. 

O aumento chegou como uma surpresa, pois segundo cálculos da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, o reajuste deveria ser de 25 centavos por litro para o consumidor final. 

Isso porque apesar do retorno do Pis/Cofins, a Petrobras reduziu o preço do combustível vendido para as distribuidoras em 13 centavos. 

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Acontece que esta diminuição não foi repassada às bombas dos postos capixabas, onde o aumento chegou a 50 centavos e, em alguns pontos, o valor da gasolina foi a R$ 5,99 o litro

Para quem depende do veículo para trabalhar, incorporar o reajuste ao orçamento se torna uma árdua tarefa. Em entrevista ao Jornal da TV Vitória, da Record TV, motoristas classificaram o aumento como abusivo e desproporcional. 

"Está cada dia mais alto, não tem como achar que isso é normal. Para quem só usa a gasolina está sendo um grande problema", reclamou um motorista, que não quis se identificar.

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Postos de combustíveis registram queda no movimento

Foto: Nayra Loureiro/Folha Vitória

Otávio Pereira Cardoso, frentista de um posto da Capital, afirma que após o reajuste do preço dos combustíveis o movimento caiu cerca de 60% e, agora, os motoristas estão optando pelo pagamento do débito e no dinheiro.

"Estamos recebendo muitas reclamações dos motoristas e já registramos uma queda de 60% no movimento. Além disso, os motoristas estão preferindo pagar no dinheiro e no débito porque nessas formas de pagamento o litro da gasolina é 10 centavos mais barato", disse o frentista.

Edvan Pereira da Silva, cliente do posto de combustível, considera o aumento do salário mínimo desproporcional aos gastos mensais das famílias brasileiras.

"Está tudo muito caro. Desde a comida que bebemos, a roupa que vestimos, a comida que colocamos na mesa e, agora, a gasolina volta a subir. Isso é uma injustiça com os trabalhadores brasileiros. O aumento do salário mínimo não adiantou nada. O que ganhamos é quase insuficiente para pagar as contas do mês", declarou Silva, que trabalha como freteiro.

Já Vitório Albuquerque, aposentado de 67 anos, considera o aumento uma forma do governo compensar os benefícios sociais que estão sendo pagos, promessas de campanha do atual presidente.

"Todos esses benefícios que estão sendo pagos pelo governo saem do nosso bolso, por meio dos impostos. É uma estratégia que ignora a realidade dos brasileiros", desabafou o aposentado.

O que dizem o Sindipostos e o Procon

Quando o aumento foi instaurado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos) afirmou que notificaria as distribuidoras para justificar os reajustes praticados 

Por meio da assessoria de imprensa, o sindicato relatou nessa sexta-feira (3) que duas distribuidoras responderam à notificação e deram suas versões para o aumento que impuseram ao consumidor. 

Segundo o sindicato, a primeira delas, que não tem bandeira, afirmou que o preço é uma questão de livre mercado e que o valor praticado é de decisão da própria empresa. 

Já a segunda, que trabalha sob a bandeira BR, afirmou que atua para ajustar os valores de acordo com a portaria e está disponível para atendimento aos clientes.

O Procon-ES foi procurado pela reportagem do Folha Vitória e informou que está atento ao problema. 

"O Procon-ES informa que está atento a esse problema, dialogando com o Sindipostos e acompanhando o mercado, junto a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Solicita, ainda, aos consumidores, que denunciem preços elevados pelo WhatsApp (27) 3323-6237 para apuração de possível prática infrativa", destacou. 

*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/ Record TV

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