Economia

Vitória tem o segundo metro quadrado mais caro entre as capitais

Valor médio na Capital do Espírito Santo é de R$ 10.260 por metro quadrado, ficando atrás apenas de São Paulo. Confira os bairros analisados pelo índice Fipezap

Foto: Coluna Mundo Business
Enseada do Suá, um dos bairros valorizados da capital do Espírito Santo

Quem quiser adquirir um imóvel em Vitória terá que desembolsar em média R$ 10.238 por metro quadrado. É o que aponta o índice Fipezap, que acompanha as tendências do mercado imobiliário no país. A Capital do Espírito Santo fica atrás apenas de São Paulo, que traz uma média de R$ 10.260.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Ainda que assuste, o valor representa, na verdade, uma leve queda em relação ao fim de 2022, quando Vitória encabeçava a lista do metro quadrado mais caro entre as 16 capitais analisadas pelo índice. 

Com uma valorização anual de 13,59%, o preço praticado no fim do ano passado era R$ 122 mais caro do que o atual. 

No primeiro bimestre deste ano, o valor médio do metro quadrado na Capital teve um recuo de 4,16%, o que não significa necessariamente uma queda na valorização, mas uma flutuação comum do mercado imobiliário, como explica o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes.

"Isso é natural,  é o equilíbrio da oferta em comparativo com o mês anterior, onde o preço médio fica um pouquinho abaixo. No momento que houver oferta de novos empreendimentos, o mercado volta a aquecer", relatou. 

Leia Também: Vitória chega ao m² mais caro entre capitais após ter a maior alta no preço médio de venda de imóveis

Segundo Fontes, um dos fatores de maior preponderância para o valor dos imóveis é a simples oferta e demanda e, no caso do Espírito Santo, a segunda supera de longe a primeira. 

"O mercado imobiliário de Vitória é ainda muito restrito, fechado. A demanda supera a oferta e isso faz com que o valor aumente. Temos restrição, poucos terrenos, tudo isso impacta no valor", disse. 

Ainda de acordo com Fontes, a própria área da Capital acaba impactando diretamente nos valores praticados. "Vale ressaltar que dentre as capitais do Brasil, Vitória é uma das menores, isso significa pouco espaço para crescer, uma maior escassez em termos de terrenos e produtos". 

Pandemia também impactou valores dos imóveis

Outro fator para a alta valorização imobiliária dos anos anteriores foi a pandemia de covid-19, que acometeu o mundo em 2020. A procura por novos terrenos foi intensificada por conta do isolamento imposto pela quarentena. 

"Foi um momento em que as pessoas procuraram adquirir mais imóveis para ter mais disponibilidade, comodidade, mais serviço. Já que precisavam ficar em casa, queriam mais opções e praticidade, isso fez com o que os preços subissem muito mais do que em períodos normais. Terrenos que antes não eram tão procurados passaram a ter uma grande demanda, o que valorizou demais", afirmou Pontes. 

Apesar do leve desaquecimento do primeiro bimestre, alguns bairros da Capital seguem em crescente quando se trata de valorização, como Praia do Canto, Mata da Praia, Jardim da Penha, Jardim Camburi e Enseada do Suá. Mas um bairro em particular, segue na contramão: o Centro

"Estes bairros são procurados pela comodidade, qualidade de vida. No Centro, acontece justamente o oposto. Ali não há um ambiente propício para que o capital privado chegue e possa empreender", explica. 

Ainda segundo ele, por se tratar de um centro histórico, partes da estrutura devem permanecer intocadas, o que acaba desvalorizando o metro quadrado no local. 

"Durante muito tempo tempo o Centro sofreu com descaso do poder público, principalmente o comércio. Mas a prefeitura vem sinalizando medidas efetivas que podem revitalizar o comércio e o mercado imobiliário da região nos próximos anos, para 2023 não prevejo crescimento, ainda é muito embrionário", disse.