Depois de quase 20 dias sem poderem abrir as portas e dependendo apenas das vendas por delivery, os estabelecimentos comerciais considerados não essenciais voltaram a funcionar na última quarta-feira (7), ainda que em horário reduzido, nos municípios capixabas classificados no risco extremo para a covid-19. Mesmo assim, muitos comerciantes da Grande Vitória afirmam ter percebido uma diferença significativa no faturamento, em comparação com os dias em que tiveram de ficar com as portas fechadas.
Foi o caso da empresária Paola David, que trabalha com comércio e serviços em estética. Além de funcionar como salão de beleza, a loja, localizada em Vitória, vende cosméticos, mega hair e perucas. Depois de quase três semanas com vendas por delivery, e o salão completamente fechado, o atendimento presencial voltou na quarta-feira. A agenda do salão está lotada, e as vendas, segundo ela, triplicaram.
“Sem dúvida a loja aberta é fundamental para a nossa empresa se sustentar. Conseguimos atender os clientes que estavam querendo agendar, a nossa agenda está cheia. Nós não estamos atendendo com a capacidade 100%, para respeitar esse espaçamento que é exigido. Estamos trabalhando com 50% da nossa capacidade no salão”, afirmou.
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Já a empresária Tatiane Lauer, proprietária de uma loja de roupas e acessórios em Cariacica, conta que o delivery foi essencial para que ela conseguisse atravessar todos esses dias de portas fechadas. Nesse período, ela manteve 40% do faturamento e, desde quarta-feira, quando reabriu, as vendas surpreenderam positivamente.
“Eu comecei a vender o que eu estava vendendo antes da pandemia. Então para mim foi maravilhoso, graças a Deus. E hoje já chegou mercadoria, então ajudou muito”, comemorou.
Quanto à falta de transporte coletivo, Paola disse que resolveu o problema dando carona para o pessoal que trabalha com ela. Já na loja da Tatiane, como as duas funcionárias moram perto, elas estão vindo à pé para o trabalho.
Redes sociais
Por enquanto, o atendimento presencial está restrito a três dias da semana. O comércio de rua, centros comerciais e galerias das cidades do Espírito Santo classificadas no risco extremo para a covid-19 estão autorizados a funcionar somente às quartas, quintas e sextas-feiras, das 10 às 18 horas.
Nessa situação, as empresárias apostam nas redes sociais para reduzir o impacto negativo nos dias fechados. É assim, com adaptação e criatividade, que o comércio capixaba segue vivo na pandemia.
“Vamos voltar com o delivery, tentar impulsionar mais nossas redes sociais, que é nesse momento que ela tem ajudado bastante também”, disse Paola.
“Foi o que mais me ajudou. Eu tiro foto, posto e aí consigo fazer a venda. Hoje a internet está aí e está ajudando muito os comerciantes”, ressaltou Tatiane.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV