Segurança máxima: azeite ganha lacre antifurto em supermercado de Vitória
O preço da garrafa já supera R$ 50 na Região Metropolitana. Economista ouvida pelo Folha Vitória explica por que o produto está mais caro
O azeite se tornou um item quase que de luxo nas despensas e mesas de muitos brasileiros, e no Espírito Santo não é diferente: o preço da garrafa já supera R$ 50 na Região Metropolitana. Em um supermercado de Vitória, o produto ganhou até lacre antifurto para evitar possíveis prejuízos.
O produto em questão é o azeite da marca Borges, garrafa de 500 ml, que está sendo comercializado no Atacadão de Vitória. A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com a rede para falar sobre a medida de segurança. Este conteúdo será atualizado quando houver um posicionamento.
Sobre o assunto, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) informou que não dispõe de dados sobre furtos de azeite em lojas no Espírito Santo.
Mas por que o preço do produto está nas alturas, afinal? A resposta é simples: situações climáticas adversas, como explica a economista capixaba Flávia Rapozo.
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A Europa enfrenta um período de seca, muito intensificada por conta do fenômeno El Niño. A estiagem atinge as plantações de azeitonas, principalmente em países como Espanha e Portugal, de onde o Brasil costuma importar o azeite.
O problema é ainda maior na Espanha, de acordo com a economista, uma vez que o país é quem comanda o abastecimento de azeite em todo o mundo.
"A gente vai sentir este aumento ainda durante um tempo. Por conta da seca na Europa, Espanha e Portugal são muito afetados. A Espanha detém 45% do consumo é 70% da produção de azeite em toda a União Europeia. É mesmo a lei da oferta e demanda. Como há pouco produto, consequentemente, um aumento dos preços nas gôndolas vai ser sentido", explica a economista.
Segundo Flávia Rapozo, de março de 2023 ao mesmo período deste ano, o produto teve um aumento de, em média, 48% na embalagem de 500ml e 29,4% na embalagem de 250ml.
Em 2023, era possível encontrar o produto a mais de R$ 30 em alguns supermercados do Espírito Santo. Este ano, garrafas já são encontradas com preços que superam os R$ 40, muitas delas superando R$ 50.
Previsões de melhora nos preços
Segundo a economista, ainda não é possível prever quando haverá uma melhora nos preços do produto. Isso porque a primeira previsão, feita no fim do ano passado, não se concluiu.
"Para se ter ideia, a previsão era que ao fim do primeiro trimestre deste ano, começasse a mudar. Isso não aconteceu, então ainda é cedo para falar sobre uma nova previsão", disse.
E a verdade é que para realmente haver uma mudança significativa nos preços do azeite, é necessário que as chuvas voltem à Europa. E para isso não há solução imediata, resta esperar.
Rapozo explica que a Espanha já passou por problemas parecidos no passado e que o fato da produção mundial ser concentrada em poucos países, torna a situação complicada.
"Já houve problemas com safra, de clima. Quando há uma produção muito concentrada, qualquer fator que aquele local venha a sofrer, nós vamos sentir. A Espanha responde por essa parcela gigante da produção mundial e, consequentemente, no Brasil, ficamos sujeitos a esta situação".
Cuidados para não comprar produtos falsificados
Com a alta demanda e nos preços, além da baixa nos produtos, é comum que muitas pessoas sejam vítimas de golpes. Isto é, comprem um item pensando que é azeite, mas se trata de outro tipo de óleo.
A economista explica que os consumidores devem ficar atentos a este tipo de problema enfrentado por muitas pessoas.
"É uma questão em que a população precisa ficar atenta, principalmente com produtos que podem ser enganosos. Muita gente compra óleo com azeite pensando que é azeite puro. Isso deve aumentar durante este período", alerta.
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