Defasagem do diesel cai para 17% após aumento, abaixo dos 19% da gasolina
O aumento de 8,9% do diesel pela Petrobras, que começa a vigorar nesta terça-feira, reduziu a defasagem em relação ao mercado internacional, que já tocava os 30%, mas continua alto na avaliação dos importadores de combustíveis, registrando média de 17%, um pouco abaixo da defasagem da gasolina (19%), segundo a associação da categoria, Abicom.
Para se equiparar ao mercado internacional, a Petrobras teria de aumentar o diesel em mais R$ 0,94 o litro e a gasolina em R$ 0,93 o litro, informa a entidade.
Após 60 dias, a Petrobras anunciou na segunda-feira, 9, aumento no preço do diesel e manteve inalterado o da gasolina. A partir desta terça, o preço médio de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
Apesar do reajuste, o valor é inferior ao praticado pela Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe (ex-Rlam), adquirida da Petrobras pelo fundo de investimento árabe Mubadala no final do ano passado. Com reajustes semanais desde que assumiu a unidade, a Acelen aumentou o diesel no último sábado para até R$ 5,63, atingindo uma média de R$ 5,39 o litro, ou 9,7% acima do preço da estatal. O reajuste reduziu a defasagem do mercado baiano em relação ao preço externo para 1%, segundo a Abicom.
Na gasolina, o preço médio da Acelen gira em torno dos R$ 4,49 o litro, enquanto o preço nas refinarias da Petrobras está abaixo de R$ 4 o litro. Nesse caso, a defasagem do preço na Bahia e no mercado internacional é de 13%, e nos demais portos que servem de referência para a Petrobras, de até 21%.
A defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional é um dos pontos destacados por especialistas para a falta de interesse nas refinarias da Petrobras que estão à venda desde 2019.
Das oito unidades ofertadas, apenas a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) foi vendida, e pela metade do preço estimado pelo mercado. De acordo com o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pelo menos mais duas refinarias devem mudar de dono ainda este ano, a Reman, do Amazonas, e a SIX, de xisto, no Paraná.