Fim da greve: caminhoneiros que atuam em portos voltam às atividades no ES
Paralisação dos caminhoneiros que prestam serviço nas atividades do comércio exterior já havia impactado 80% da movimentação de cargas no Porto de Vitória
Cerca de uma semana depois de iniciarem uma greve, em protesto contra contra o reajuste do preço do diesel, anunciado pela Petrobras no último dia 9, os caminhoneiros que atuam em portos no Espírito Santo decidiram retomar suas atividades.
A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Espírito Santo (Transcares) e também pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam-ES). O presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira, comemorou o fim do movimento.
"Serviu o bom senso, o diálogo e a negociação justa, de ambos os lados. Todas as partes se mostraram pensando num bem maior, o desenvolvimento do Estado", destacou.
A greve dos caminheiros vinha afetando as operações portuárias no Espírito Santo, já que boa parte da logística da carga recebida e enviada pelos portos também precisa passar pelas rodovias.
O movimento dos caminhoneiros que prestam serviço nas atividades do comércio exterior já impactou 80% da movimentação de cargas no Porto de Vitória.
Do outro lado da baía, o Terminal de Vila Velha também deixou de receber cerca de mil contêineres para exportação. Outros 2 mil contêineres com produtos importados estão parados no Porto de Capuaba.
Os caminhoneiros haviam decidido parar, pois reivindicavam 26% de reajuste no frete, a ser pago pelas empresas de importação e exportação contratantes dos serviços de transporte de cargas.
De acordo com o presidente do Sindicam-ES, Álvaro Ferreira, o reajuste de 26% foi concedido e, com isso, os caminhoneiros decidiram encerrar o movimento.
Caminhoneiros do ES foram os primeiros a anunciarem paralisação
Em comunicado divulgado há uma semana, o Sindicam-ES anunciou o início da greve e afirmou que "a situação dos autônomos ficou insustentável" com o reajuste no valor do combustível, anunciado no dia anterior.
“O Sindicam/ES, ACA e a Coopercolog, juntamente com os representantes dos caçambeiros, apoiam esse movimento. Entendemos que a situação dos autônomos ficou insustentável depois de tantos reajustes, seja no preço do diesel ou dos insumos que compõem o dia a dia do caminhoneiro”, diz um trecho do comunicado, divulgado pelo sindicato na ocasião.
Esse foi o primeiro anúncio de paralisação entre caminhoneiros do Brasil depois que a Petrobras anunciou um novo reajuste de 8,87% no preço do diesel nas refinarias.
Com o aumento, o preço do litro do combustível no atacado passou de R$ 4,51 para R$ 4,91, um aumento de R$ 0,40. Os novos valores estão valendo desde o dia 10.