Economia

CDB ou Tesouro Direto: qual a melhor opção para investir o seu dinheiro?

Diante das incertezas sobre a redução da taxa básica de juros (Selic), é preciso analisar antes de aplicar os seus investimentos para ter o retorno desejado

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Pexels

Com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% pelo Banco Central, que resistiu às pressões do governo, fica a dúvida sobre qual a melhor opção de investimento para este momento econômico. 

Para responder à questão, a reportagem do Folha Vitória conversou com analistas financeiros, que esclarecem e orientam qual o melhor tipo de investimento para o seu dinheiro.

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Foto: arquivo pessoal

Para a planejadora financeira e sócia da AVG Capital, Ana Paula Carvalho, diante do cenário atual de alta taxa de juros e com todas as incertezas sobre em qual momento ela será reduzida, a melhor opção ainda continua sendo as aplicações em renda fixa para investidores que buscam menos risco com retornos atrativos.

“As aplicações mais vantajosas, que têm como objetivo a proteção contra a inflação, são os títulos remunerados por uma taxa prefixada mais a correção do IPCA, tais como: NTN-B, que são títulos públicos adquiridos por meio do Tesouro Direto; além disso, o investidor também pode optar por LCI, LCA ou debêntures incentivadas que são isentas de imposto de renda. Para essas aplicações, o investidor deve ficar atento à classificação de risco da empresa que está emitindo o papel, pois ele passará a ser credor e o risco a avaliar é a capacidade da empresa honrar o pagamento”, esclareceu.

Sobre a LCA ou LCI, a especialista alertou que o investidor deve ficar atento ao risco do banco emissor, lembrando que há cobertura pelo Fundo Garantidor de Créditos até o limite de R$ 250.000 (considerando o valor aplicado mais o rendimento) por instituição financeira, caso o banco venha a ter problemas de solvência.

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Foto: Divulgação

Para Elcio Cardozo, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital, na atual faixa da Selic, os investimentos em renda fixa são muito rentáveis.

“Pagam mais de 1% ao mês e com o risco muito reduzido em comparação ao da renda variável. Então hoje, qualquer CDB (Certificado de Depósito Bancário) conservador, a gente consegue com liquidez diária, ou seja, que o cliente consiga resgatar a qualquer momento, rendendo mais de 1% ao mês. Com a Selic nesse patamar, os investimentos de renda fixa pós-fixados, que geralmente têm uma liquidez um pouco maior, se tornam uma opção muito interessante”, disse.

Em termos de proteção das economias pessoais da inflação, Cardozo entende que há um, produto de renda fixa que é ideal, o chamado de “IPCA+”. Esses títulos, de acordo com o especialista, garantem sempre um ganho real sobre a inflação.

Por exemplo: hoje temos títulos do Tesouro Direto, que pagam IPCA + 6% ao ano, a depender do vencimento desses títulos. E o que isso quer dizer? Que o cliente vai ter o capital investido corrigido pela inflação até o vencimento do título e, além disso, vai ganhar mais 6% a cada ano que tiver aplicado. Para fins de proteção, essa é a melhor classe de ativos hoje dentro da renda fixa”, pontuou.

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Ao sair dos títulos de Tesouro Direto, que são os mais conservadores porque são títulos emitidos pelo governo, Elcio comenta a classe de CDBs, das Letras de Crédito Imobiliário e das Letras de Crédito do Agronegócio, que são títulos emitidos por bancos e também títulos de crédito privado (emitidos por empresas).

“Nesses casos também conseguimos taxas IPCA+, só que muito melhores. Hoje, por exemplo, temos títulos pagando IPCA + 8,5% ou + 9%, isentos de Imposto de Renda, coisa que o tesouro direto não oferece, sendo que é tributado no momento do saque”, acrescentou.

Caso a taxa de juros caia: o que fazer?

Cardozo também comentou o que muda caso a taxa de juros caia, que é o que prevê o mercado. 

“Se a Selic cair, como o mercado vem prevendo, gente que pega um CDB pagando 14,5% e ela vai para 12%, os pré-fixados acabam sendo uma excelente alternativa ao investidor, já que com ela já se sabe de antemão quanto vai ganhar com o investimento no vencimento dos papéis e assim não perde nada”, disse.
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