Tendências: conheça os temas que vão nortear a agenda ESG em 2024
O amadurecimento da pauta ESG e a evolução de ferramentas seu para acompanhamento exigirão das empresas uma postura pró-ativa e aberta
*Artigo escrito por Cintia Dias e Renan Martins Possatto Lyra.
Cintia Dias é jornalista, publicitária, mestre em administração e especialista em comunicação, sustentabilidade e marketing. Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.
Renan Martins Possatto Lyra é advogado, Sócio-fundador e CEO da MF&L Advogados. Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.
Quando um ano começa, é comum a elaboração de listas apontando os assuntos que ganharão espaço nas discussões públicas, devido à sua relevância e potencial de pautar as iniciativas entre os agentes envolvidos.
Não é diferente com o ESG, acrônimo para critérios ambientais, sociais e de governança. Tais critérios agregam dezenas de iniciativas em cada um dos três campos de estudo, e alguns deles se sobressaem devido à sua importância para o ano corrente.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
No critério ambiental, a crise climática, a descarbonização e a economia circular como tendências que dominarão as discussões em empresas, entidades civis, organizações governamentais e não-governamentais.
O Brasil sediará, em novembro, a reunião do G20, além de ter sido selecionado como país sede para a COP-30 que, embora ocorra apenas em 2025, já está mobilizando setores estratégicos em torno das mudanças climáticas.
Naturalmente, este tema está em alta e os olhos do mundo se voltam para o Brasil, com expectativas de que lidere os esforços em torno da redução das emissões de gases de efeito estufa, promova a adoção de energias renováveis e outras iniciativas necessárias, tão importantes para a descarbonização da economia, outro tema pujante para o meio ambiente em 2024.
Há, ainda, o esforço necessário para alavancar a economia circular, a fim de ampliar o ciclo de vida dos produtos e lidar com uma sociedade de consumo elevado que desperdiça oportunidades de aproveitar resíduos e minimizar o impacto ambiental da produção.
O descarte não pode ser a opção preferencial para um produto cujos insumos podem ser a base de um novo item, e isso envolve um grande investimento em educação e conscientização.
No âmbito social, as pautas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), inclusão digital e engajamento com stakeholders como tendências mais robustas.
No primeiro item, será necessário envidar esforços para que públicos minorizados ocupem lugares em que são minoria.
É necessário que mais mulheres, pretos e pardos, pessoas com deficiência e de outras etnias, raças e idades estejam aptos a vencer as barreiras de entrada e os vieses inconscientes.
Também urge avançar sobre a inclusão digital e reverter as estatísticas que evidenciam os gaps que afastam o brasileiro da cidadania digital, por enfrentarem um cenário de ausência de dispositivo para conexão, acesso à rede e domínio das ferramentas, o que os afasta da aquisição de competências digitais e de um mercado de trabalho dinâmico e exigente.
LEIA TAMBÉM: Teoria dos jogos e sua aplicação no mundo dos negócios
As empresas vão se confrontar, ainda, com a dificuldade em engajar stakeholders, um item prioritário para a agenda da sustentabilidade e para a criação de valor compartilhado.
Por último, há a governança e os aspectos como o papel da cadeia de valor para o alcance dos indicadores ESG, o uso da Inteligência Artificial nesta atividade e a transparência e governança de dados necessárias a uma atuação consciente.
O cerco regulatório vem se fechando em torno de empresas que não compreendem seu papel disseminador de boas práticas para a cadeia de suprimentos, e serão cobradas a fazê-lo.
Também as organizações terão que lidar com a utilização da IA no ESG, o que pode contribuir de forma decisiva para aperfeiçoar métricas e indicadores; assim como serão chamadas a melhorar a governança e a transparência de dados.
O amadurecimento da pauta ESG e a evolução de ferramentas seu para acompanhamento exigirão das empresas uma postura pró-ativa e aberta, e aquelas que não se adequarem estarão sujeitas a sanções regulatórias e danos reputacionais.