ARTIGO IBEF

Um raio X da geração Z: exigências que vão além do digital

Para atrair a atenção desse nicho, é necessário oferecer uma experiência personalizada, conexão emocional e um posicionamento claro em relação à sustentabilidade

IBEF-ES

Foto: Freepik
*Artigo escrito por Rovena Mariano Cabral, administradora, Gestora da Divisão de Contratos e Documentos da Cesan, Coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da Cesan e Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.

Os chamados "nativos digitais", ou geração Z, estão enviando um claro recado ao mercado: ser digital não é mais um diferencial, é primário. 

Para atrair a atenção desse nicho, é necessário oferecer uma experiência personalizada, conexão emocional e um posicionamento claro em relação à sustentabilidade e transparência.

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Revelam-se inovadores e idealistas no que diz respeito a pessoas, meio ambiente e transparência das informações. 

Eles não estão apenas interessados em transações digitais rápidas, mas também em valores mais profundos, como diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social das empresas de que consomem.

Nesse aspecto, fica evidente a relação com a voga do ESG (Traduzido do inglês: Ambiental, Social e Governança) nas organizações. 

Para a geração Z, o ESG não é apenas uma tendência, e sim um pré-requisito. Empresas que não se comprometem com tais princípios estão deixando de atrair o interesse desse nicho do mercado. 

Aqueles que conseguem integrar o conceito ESG em seus processos criam um elo forte com essa geração em ascensão.

Do ponto de vista do mercado financeiro, esses jovens da Geração Z já são público-alvo. 

O relatório de cidadania do Banco Central do Brasil (2020) mostra que a média de idade do brasileiro no momento da abertura do primeiro relacionamento com o sistema financeiro está em declínio nas últimas décadas. 

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Isso sugere que os jovens estão cada vez mais engajados no mundo financeiro desde cedo e irão buscar instituições que compartilhem de seus valores e anseios.

Nesse aspecto, é preciso que as empresas identifiquem onde estão os valores e anseios destes jovens. 

A Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2023, do Instituto Akatu e GlobeScan, mostra que estes jovens, de 18 a 25 anos, tem maior percepção sobre os problemas globais e estão preocupados com questões como justiça social, igualdade de gênero e mudanças climáticas.

Diante disso, as instituições financeiras, antes focadas em oferecer produtos de ótimo rendimento e o serviço totalmente digital como um diferencial competitivo, se veem diante de um cenário desafiador. 

Para atrair e reter a geração Z, os bancos precisam repensar suas estratégias. Apenas a oferta de serviços digitais não é mais suficiente. É necessário demonstrar compromisso genuíno com diversidade, sustentabilidade e transparência. 

E em paralelo desenvolver uma experiência personalizada que leve em conta os interesses individuais, abordando as tendências atuais e demonstrando claramente a posição da empresa.

Um posicionamento incoerente é suficiente para a quebra de confiança. Não se engane! 

Diferentemente das gerações anteriores, eles não têm apego ao tempo de conta bancária descritos nas lendárias folhas de cheque, que tanto orgulhava a geração X. 

Eles mudam de banco, academia, emprego, em busca de pertencimento: eles estão formando “tribos”.

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