A economia do Espírito Santo cresceu 4,4%, no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com Indicador de Atividade Econômica (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Serviços (6,6%), agropecuária (3,7%) e indústria (0,5%) foram os principais responsáveis pelo resultado acima da média nacional (1,7%). Os dados compilados pelo Observatório da Indústria da Findes foram divulgados nesta sexta-feira (10), em coletiva de imprensa.
A presidente da Findes, Cris Samorini, disse que a indústria capixaba superou alguns desafios durante o primeiro trimestre do ano. Entre eles, citou o aumento dos casos positivos de Covid-19, no Estado e no Brasil, mas com redução do número de óbitos; a guerra na Ucrânia; e a lentidão na recuperação das cadeias globais de fornecimento.
“Essa última foi agravada pela adoção de medidas de lockdown em regiões produtoras chinesas, devido ao aumento de casos locais de Covid-19, fatos que levaram à elevação dos preços a nível mundial já observada e esperada para o ano. No caso da guerra na Ucrânia, tivemos o aumento dos preços das commodities e de outros produtos exportados pelo país e pela Rússia, tais como petróleo e gás natural, grãos e fertilizantes”, explicou.
Mesmo com os desafios internacionais, a indústria capixaba cresceu. O desempenho positivo do setor industrial capixaba é explicado pela indústria da transformação, que avançou 6,1%. Energia e saneamento (5,1%) e construção (3,5%) também tiveram bom desempenho. No caso da indústria de transformação, o destaque ficou por conta da maior fabricação de produtos alimentícios (20,6%), da metalurgia (13,1%) e da produção de papel e celulose (2,0%).
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Por sua vez, a indústria extrativa teve queda de 4,4% no período, puxada pela redução na extração de petróleo e gás natural (-10,8%), apesar do crescimento na atividade de pelotização do minério de ferro (13,0%).
A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explicaram que, no caso do setor de serviços (6,6%), a manutenção da recuperação do setor com o aumento das atividades presenciais, sobretudo de serviços destinados às famílias, e dos transportes (de cargas, via exportação e Correios, e de pessoas, em especial as viagens aéreas) se destacou no período.
“Para a agropecuária o resultado também foi positivo com o setor crescendo 3,7%, impulsionado pela agricultura (4,2%), com a maior produção de café, banana, pimenta-do-reino, tomate, entre outras lavouras”, comenta.
Para o Brasil, a atividade econômica cresceu 1,7% nesta análise interanual, motivada pelo avanço de 3,7% no setor de serviços, ao passo que a indústria e a agropecuária recuaram 1,5% e 8,0%, respectivamente. O recuo da indústria nacional pode ser explicado pelo impacto das chuvas no setor extrativo, sobretudo em Minas Gerais, e a queda da agropecuária foi motivada pelas geadas no Sul do país, que atrapalharam a lavoura de soja, além de outros produtos agrícolas.