Economia

Comidas típicas de festa junina têm 36% de impostos embutidos no preço final

Dentre os principais tributos que oneram o preço final dos produtos juninos estão ICMS, IPI, PIS e Cofins

Redação Folha Vitória

Foto: Freepik

Amendoim, paçoca, pipoca, pé de moleque, entre outras comidas típicas presentes nas festas juninas em todo o Brasil estão carregadas de impostos. Os itens de decoração como chapéu de palha e camisa xadrez também não escaparam dos tributos. 

De acordo com o especialista em Direito Tributário, Samir Nemer, as comidas típicas da festa junina contam com 36% de impostos embutidos em seu preço final. 

Por isso, é importante analisar não só os preços e promoções, mas também compreender a quantidade de tributos embutidos no valor final dos produtos, já que eles podem encarecer as compras.

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Conforme levantamento do advogado, doces típicos de festa junina, como cocada,  amendoim, pé de moleque e paçoca, carregam 36,54% de tributos. 

Milho, fubá, arroz, entre outros ingredientes essenciais, também sofrem a incidência de impostos. A canjica chega a ter 35,38% de tributação. 

O mesmo acontece com o bolo de fubá, que pode ficar mais caro devido ao tributo dessa farinha, que alcança 25,28% do valor. Para quem gosta de arroz-doce, o preço também sai um pouco salgado, por conta da carga tributária do arroz, que representa 17,24% do seu preço final.

O levantamento ainda revela que a maior carga tributária não está nos doces, mas nas bebidas. A cachaça lidera o ranking, com 81,87% de impostos no seu preço final. No caso do quentão, que pode ser feito tanto por cachaça quanto por vinho, os impostos chegam a 61,56%. 

“Se a opção for por vinho importado, o consumidor irá gastar um pouco mais, pois o produto tem 59,73% de tributos, já o nacional tem 44,73%”, explicou Nemer, que é sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.

Segundo o especialista, entre os principais tributos que oneram o preço final dos produtos estão o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

“No caso do ICMS, a alíquota varia conforme estado, produto e serviço. Além disso, temos o IPI, PIS, Cofins e tributos municipais, como o ISS (Imposto sobre Serviço) cobrado das barracas que vendem comidas e bebidas típicas”, afirma Samir Nemer.

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Roupas juninas

Outro ponto importante que não pode faltar são os itens de decoração, roupas e calçados. A bota, por exemplo, representa 36,17% de impostos, o chapéu de palha 33,95%, enquanto a camisa xadrez bate os 34,67%. 

O consumidor também pode pagar caro nos fogos de artifício, pois os tributos representam 61,56% do valor em tributos. Para Nemer, antes de chegar ao consumidor, esses produtos já carregam um fardo fiscal considerável. 

“É um efeito cascata. Cada etapa da cadeia produtiva, desde a matéria-prima até a venda no varejo, é onerada por diversos tributos. Isso os torna muito mais caros do que deveriam ser”, conclui.

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Veja a lista de produtos típicos e seus impostos:

- Cachaça – 81,87%
- Quentão – 61,56%
- Fogos de artifício – 61,56%
- Vinho importado – 59,73%
- Vinho nacional – 44,73%
- Cinto de couro – 40,62%
- Chocolate – 39,61%
- Amendoim – 36,54%
- Cocada – 36,54%
- Paçoca – 36,54%
- Pé de moleque – 36,54%
- Canjica – 35,38%
- Pipoca (micro-ondas) – 34,99%
- Vestido típico – 34,67%
- Camisa xadrez – 34,67%
- Chapéu de palha – 33,95%
- Fubá – 25,28%
- Pinhão – 24,07%
- Milho cozido – 18,75%
- Leite – 18,65%

Fonte: Levantamento do advogado tributarista Samir Nemer, com base no site Impostômetro.

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