150 Anos da imigração italiana no Brasil e sua influência para o ES
A chegada dos italianos ao Espírito Santo é uma história de coragem, resiliência e contribuição, que merece ser lembrada e celebrada por sua importância histórica
*Artigo escrito por Felipe Soares Barbosa, formado em Finanças e Negócios Internacionais pela Southeastern University, MBA em Liderança Executiva, assistente de controladoria da Timenow e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.
Durante a Segunda Revolução Industrial, que ocorreu entre os séculos XIX e XX, avanços tecnológicos e mudanças socioeconômicas permearam o continente europeu.
Enquanto a burguesia buscava expandir seus negócios, os pequenos camponeses italianos, assim como todos os demais europeus, enfrentavam uma realidade mais desafiadora.
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Essa pressão econômica e demográfica era intensificada por uma propaganda que promovia a emigração como solução: “Partire subito per l'America, pel Brasile a far fortuna!” (‘Parta imediatamente para a América, para o Brasil em busca de fortuna!’).
Esse contexto promoveu uma intensa imigração para as regiões brasileiras.
Em 1874, cerca de 400 imigrantes partiram de Gênova, no norte da Itália, a bordo do vapor “La Sofia” e desembarcaram em Vitória, capital capixaba, marcando o fluxo migratório no país.
A primeira cidade fundada por italianos no Brasil foi Santa Teresa, na região serrana do Espírito Santo, reconhecida oficialmente em 2018, por meio da Lei nº 13.617.
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As principais atividades foram a abertura de áreas para o cultivo do café, plantio de alimentos e exploração da madeira.
No entanto, diferente do que foi propagado na época, as condições de trabalho e moradia eram insalubres.
Apesar das adversidades, a contribuição italiana para o Espírito Santo é inegável, deixando um legado que perdura até os dias atuais.
Influência italiana no ES
A influência italiana em terras capixabas é profundamente diversa, deixando uma marca de destaque nos setores da agricultura, indústria e comércio:
• O desenvolvimento do setor agrícola foi um dos mais importantes para o Estado. Santa Teresa, a primeira cidade fundada por imigrantes italianos no Brasil, é um exemplo emblemático dessa influência.
Segundo dados do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) de 2023, a cidade é responsável por mais da metade dos cerca de 250 mil litros de vinhos, espumantes e sucos de uva produzidos no Espírito Santo.
• Na indústria, os imigrantes fundaram a primeira marmoraria do Estado na região de Cachoeiro de Itapemirim, popularmente conhecida como a Capital Nacional do Mármore.
O IJSN (Instituto Jones dos Santos Neves) realizou um levantamento dos últimos dez anos e constatou que o estado é responsável por mais de 90% das exportações de mármores brutos do país, com grande influência do município.
• O espírito empreendedor italiano também se manifestou de forma notável nos pequenos e grandes negócios. Empresários descendentes de italianos lideram empresas influentes no Espírito Santo, como Grupo Águia Branca, Sicoob-ES e Autoglass.
A chegada dos italianos ao Espírito Santo é uma história de coragem, resiliência e contribuição, que merece ser lembrada e celebrada por sua importância histórica e cultural para a formação e o desenvolvimento da região!